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Preço do leite vai subir? Veja qual a expectativa do setor para essa essa crise

Apesar das altas recentes, produtores ainda desconfiam da rentabilidade da atividade. Para representantes do setor, no entanto, os valores poderão reagir no segundo semestre

Fonte: Famasul

Mais de mil produtores de leite do Rio Grande do Sul abandonaram a atividade nos últimos dois anos e para quem ainda produz, é preciso ter esperança em boas notícias para o setor. O preço até reagiu nos últimos meses, mais ainda não acompanha o custo de produção, segundo produtores.

No Rio Grande do Sul, o pecuarista Walmir Neinerz recebeu, na última venda, R$ 1,01 pelo litro de leite. “É complicado, pois se tivesse que comprar a ração não daria para manter a produção. Seria difícil, mas como a gente produz milho e pastagens, consegue manter”, falou.

Nos últimos meses, o produtor recebe ainda menos. No Vale do Taquari, importante região produtora do Rio Grande do Sul, 1.082 produtores abandonaram a atividade entre 2015 e 2017, segundo a Emater. O representante dos pequenos laticínios  do estado acha que a principal saída para evitar oscilações no preço é aumentar o consumo.

“A partir do momento que a massa salarial aumenta, aumenta o consumo e temos condições de ter um preço melhor. O que nós precisamos é de um mercado que se sustenta e com aumento de consumo de forma permanente, pois se a economia cresce, o consumo cresce gradativamente e teremos um fortalecimento de preço”, disse Wlademir Dall’bosco, presidente da Associação das Pequenas Indústrias de laticínios do Rio Grande do Sul.

Com a menor oferta, normal para essa época do ano, o preço reagiu e, segundo a secretaria de agricultura do estado, chega a R$ 1,15 pelo litro do leite. Para o produtor, que já esteve acostumado a preços bem melhores, ainda não é o melhor cenário.

Em 2016, por exemplo, nessa mesma época do ano Marco Misael Philippsen recebia R$ 1,70 pelo litro do leite. Agora, ele recebe R$ 1,25 e conta que ainda não é o ideal, mas que está um pouco mais satisfeito. “Nossa propriedade acabou investindo, mas estávamos com uma expectativa de o preço ser um pouco melhor. Poderia ser de R$ 1,30 ou R$ 1,35 limpo, mas a gente ainda está satisfeito quando olhamos a comparação”, disse o pecuarista.

Para o diretor-geral da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, Antônio Aguiar, o preço do produto pode reagir. “Essas commodities poderão voltar aos patamares antigos, mas não sei se isso ocorrerá ainda este ano. Acredito que no segundo semestre a gente consiga um pouco mais, talvez com um crescimento na mesma ordem do que se conseguiu nesses primeiros meses do ano”, disse.

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