O preço do trigo pago ao produtor subiu 13% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No atacado, a alta chega a 31%. A valorização do dólar e a redução de compras do cereal argentino favorecem o produto nacional. A expectativa é que os preços permaneçam firmes até o fim da safra que está sendo colhida na região Sul.
Se 2014 foi um dos piores anos para a cultura do trigo no Brasil, com má qualidade do produto e cotação em baixa, em 2015 a situação é bem diferente. “O mercado tem a melhor liquidez dos últimos cinco anos. Vive um bom momento”, diz Lucilio Rogerio Aparecido Alves, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O Brasil importa mais da metade do trigo consumido no país, mas a forte alta do dólar desestimula as importações e favorece o mercado interno.
O preço pago aos produtores gaúchos e paranaenses subiu 13% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2014. No atacado, o valor do produto em São Paulo aumentou 27%. No Rio Grande do Sul, a alta chegou a 3131%.
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Com a valorização do preço, alguns produtores preferem esperar novas altas para vender o produto. Mas o consultor Roberto Sandoli Júnior, da INTL Fcstone, orienta para que os agricultores aproveitem os valores atuais. “É bom ir vendendo aos poucos para garantir os custos de produção.”
O clima ainda pode mexer nos preços, favorecendo a alta, caso a chuva atrapalhe a colheita. Apesar do bom momento, há fatores com potencial de fazer a cotação recuar. Pode haver importação de trigo do Paraguai, o consumo está desacelerado e, se o dólar recurar, pode puxar os preços.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma safra de 7 milhões de toneladas de trigo em 2015, o que é quase 20% a mais do que foi produzido no ano passado. A colheita do cereal está praticamente finalizada em São Paulo, já avançou em mais da metade da área no Paraná e está no início no Rio Grande do Sul.
