De acordo com o levantamento da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), os defensivos atuais chegam a ser até 10 vezes mais caros do que o endosulfan, produto largamente utilizado no manejo da broca do café, banido em 2013 por ser considerado prejudicial à saúde humana.
O professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Geraldo Andrade de Carvalho, acredita que houve uma reação por parte dos agricultores em função do preço das novas tecnologias. “Isso também pode ter sido gargalo no controle da praga em algumas áreas e, consequentemente, a praga cresceu nessas lavouras”, explica.
Quarenta técnicos e pesquisadores ligados a seis instituições públicas e privadas do setor cafeeiro se reuniram para propor orientações. Entre as recomendações está a divisão da área em pequenos talhões e realizar a coleta de amostragem em todos os terços da planta. É importante que o trabalho seja feito durante todo o ciclo produtivo e não somente 90 dias após a florada.
Os produtores precisam ficar atentos a alguns detalhes na hora da aplicação para ter maior eficiência no controle. As condições climáticas, a limpeza de equipamentos e a pressão nas gotas podem fazer toda a diferença. “A broca é um alvo interno que fica escondido na planta, por isso devemos colocar gotas menores, com cerca de 100 micrometros ou até um pouco menos de mediana do diâmetro”, ensina o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do campus de Jaboticabal, Marcelo Costa Ferreira.
Nova tecnologia
Para melhorar o manejo, a Cooxupé e uma empresa privada apresentaram um novo equipamento de monitoramento. A armadilha pode ser utilizada no período de entressafra. “Ela é composta de vários funis e o cairomônio, que imita o cheiro do grão e atrai a broca. O produtor pode mapear a produção para saber o nível de infestação e ter mais atenção em uma determinada área”, explica o diretor técnico da Bio Controle, Ari Gitz. Segundo ele, cada armadilha cobre até cinco hectares. O custo é de R$ 15 por unidade.