Os preços do suíno vivo têm registrado recorde na maioria das praças brasileiras desde setembro. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as altas são atribuídas a um avanço ainda maior nas exportações, principalmente para países asiáticos.
A pesquisadora Juliana Ferraz conta que em outubro o Brasil exportou quase 78 mil toneladas de carne suína. “É uma quantidade muito próxima do que foi exportado no mês de setembro, ou seja, o ritmo de embarque continua bastante aquecido ao longo de todo ano”, diz. Segundo ela, o mercado continua bastante aquecido também internamente e a expectativa é de que esse cenário firme se mantenha até o fim do ano, pelo menos.
Porém, por trás da alta do suíno vivo, também há custos de produção mais elevados. “Os preços dos principais insumos da atividade também estão batendo recordes. Isso tende a ser repassado para o animal”, explica.
Diante disso, mesmo com o movimento de alta, o clima de incerteza no mercado ainda é muito grande. “As vendas estão muito concentradas no continente asiático. A China e Hong Kong retêm quase 70% das vendas externas brasileiras. O pessoal está receoso com o que pode acontecer no médio prazo”, conta Juliana.