No ano passado, a estiagem atrasou a semeadura da soja, consequentemente prejudicando a plantação do milho. Mais de 30% da área cultivada foi plantada fora da época ideal.
– Este milho que era pra ter sido plantado dentro de uma janela onde os riscos são menores, que seria até o dia 20, 25 de fevereiro. A partir daí já entra numa fase de risco. E teve muito milho que foi plantado em março – diz o produtor Paulo Quaini.
A situação fez com que uma boa parte de milho não fosse plantada, gerando uma redução de quase 8% da área cultivada no Estado na safra 2014/2015. Estima-se que a produção atinja 15,290 milhões de toneladas, queda de 13,7% em relação à safra 2013/2014.
Pragas
Além do fator climático, a segunda safra foi prejudicada pela baixa eficiência tecnológica dos agroquímicos para combater lagartas.
– A gente está num ponto que não sabe que rumo vai tomar. Além do preço exorbitante nas sementes, o controle não é eficiente, a gente precisa ficar entrando com aplicações aí. Então, a gente até tem esperado o posicionamento das empresas distribuidoras de sementes aí, com relação a que medida elas vão tomar – diz o diretor do Sindicato Rural de Primavera do Leste, Fernando Cadore.
A situação levou a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a realizarem um levantamento sobre as condições da segunda safra de milho no Estado.
– Milho sendo comido pela lagarta, mesmo sendo com tecnologia empregada, embarcada, tendo que ser feita alguma aplicação. Isso a gente vai poder saber ao final, numa amostragem muito interessante e bem significativa pra nos orientar, pra nos indicar o que a gente deve fazer, sempre conversando com a pesquisa, sempre conversando com as empresas, pra tentar chegarmos a um denominador comum, com rentabilidade, sem prejuízo pra tomo mundo – diz o gerente-técnico da Aprosoja-MT, Nery Ribas.