O clima não ajudou e a produção de pêssegos no Rio Grande do Sul vai ser menor nesta temporada. Para diminuir os prejuízos, os agricultores estão evitando intermediários e tentam vender diretamente ao consumidor final.
O produtor rural Hildemar Piber, por exemplo, conta com sete hectares plantados, mas os pés estão com menos frutas do que o de costume. Além disso, elas ficaram menores e a colheita não deve chegar a 40 toneladas. “Teremos uma produção 40% menor do que no ano passado porque o mês de julho , que era para fazer frio, mas atingiu os 30°C, provocando o aborto da floração praticamente pela metade”, disse Piber.
“Apesar de termos variedade de pêssego que exigem menos frio, ela precisa de, no mínimo, 200 horas de temperatura abaixo de 7°C. Isso não ocorreu esse ano, tivemos um mês de junho com temperaturas atingindo 38 graus”, falou o vice-presidente sindicato rural de Porto Alegre, Antônio Bertaco.
Já o produtor Luiz Antônio Silveira perdeu quase metade da produção por causa de um pássaro que se alimenta da fruta. “A caturrita está estragando o nosso pomar. Ela morde as frutas, e acabam deixando ela sem valor. Neste ano a incidência do pássaro está bem maior”, disse.
O cultivo de pêssego é a principal fonte de renda dos fruticultores da zona rural de porto alegre e, em 2016, a região colheu setecentas toneladas da fruta. Esse ano a expectativa é que soma não passe de 500 toneladas e, com a oferta menor, os produtores procuram alternativas para não encarecer o produto, como fazer a venda direta para o consumidor.
“Vender direto ao consumidor ajuda muito, pois diminuímos os gastos e conseguimos vender um pouco mais barato”, disse Hildemar. E,de acordo com Antônio Bertaco, essa medida é uma alternativa para o produtor poder escoar no período de safra sem que prejudique a capacidade de compra do consumidor. “Esses produtos, com preço mais acessível, acaba reduzindo o custo do produtor e o comprador para de 30% a 40% menos do valor de varejo”, finalizou.