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Produtor que sofre violência defende porte de arma

Projeto que defende a liberação para uso no campo pode ser votado na semana que vem no Senado. Produtor que já foi sequestrado e assaltado na frente do neto torce pela aprovação

Fonte: Pixabay

O projeto que defende a liberação do uso de armas no campo, do senador Wilder Morais (PP-GO), pode ser votado na próxima semana. Produtores que já sofreram com a violência apoiam a ideia e defendem a liberação.

É o caso de Sérgio Agnes, que já sentiu na pele a violência no campo. O produtor foi assaltado uma vez e sequestrado tempos depois. Tudo na presença do neto de apenas 7 anos.

“Foi um desespero. Nunca esperava que os bandidos fossem chegar na casa assim, de uma hora para outra. Me pegaram de surpresa, renderam o caseiro e ainda comeram a janta do caseiro. Fizeram a festa”, diz Agnes.

“No lago, num domingo, levaram barco, caminhonete. Levaram tudo o que tinha dentro do barco, motor. Largaram a gente lá no estado de Goiás. Era noite ainda”, completa o produtor.

Depois disso, a rotina mudou. A insegurança é constante. O advogado Bruno Bernardini, que é genro do produtor, veio morar na fazenda e tenta ajudar nos cuidados com a propriedade.

“A gente sempre teve essa preocupação por morar na zona rural. Depois desse incidente, a gente teve que mudar todo nosso itinerário, toda nossa estratégia de chegar à fazenda”, afirma Bernardini.

No Congresso Nacional, o projeto do senador Wilder Morais pretende liberar o uso de armas no campo. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça e deve ser votado na próxima semana.

O texto já era para ter sido votado, mas, por conta de pedido de vistas dos senadores, foi adiado. Esta não é a primeira vez que isso acontece. Em agosto, o projeto também estava na pauta, mas não foi apreciado pela comissão.

“O que eu posso dizer é que cada dia que passa a adesão é maior dos nossos colegas aqui do Senado. Na próxima semana, se Deus quiser, o nosso relator Sérgio Petecão vai ler o seu relatório e colocar em votação”, diz Wilder Morais.

O projeto de lei altera o Estatuto do Desarmamento, autorizando a compra de armas de fogo para produtores a partir dos 21 anos, que apresentem uma identificação pessoal, comprovante de residência no campo e atestado de bons antecedentes.

O autor do texto argumenta que o porte de arma é uma necessidade do homem do campo, e o objetivo é trazer mais segurança às propriedades. Se aprovada, a medida tem tramitação terminativa e segue direto para a Câmara dos Deputados, sem precisar passar pelo plenário do senado.

“Nós temos expectativa e certeza de que vai ser aprovado. A cada dia que passa, quanto mais demora para esse projeto vir a votação, maior a

participação da população brasileira. Nas nossas pesquisas aqui no Senado, temos quase 300 mil a favor e 10 mil contra. É questão de dias”, diz Morais

Para a oposição, o projeto pode trazer ainda mais insegurança. “Essa política do ódio não leva a nada. A política do ‘eu prendo, eu mato, eu arrebento’? Acha que com isso vai combater a violência? Aqui no Congresso existem mais de 50 projetos para esse ou aquele setor poder andar livremente armado. Nós temos é que desarmar”, diz o senador Paulo Paim (PT-RS).

Já quem passou por momentos de dificuldade por conta da violência apoia a liberação das armas.

“Eu acho que traz segurança, sim. Não vai ser a segurança ideal. Nem na área urbana a segurança é ideal. Eu acho que a medida inibe as ações dos ladrões. Sei que não basta apenas regularizar. Antes de ter a arma, precisamos de preparo para usá-la”, diz Bernardini.

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