A colheita da uva foi adiantada em pelo menos 15 dias devido ao amadurecimento antecipado da fruta em várias regiões do Estado de São Paulo. Normalmente, o produtor faz a poda programando a colheita para a época das festas de fim de ano.
No ano passado, produtores da região de Jundiaí chegaram a vender a caixa a R$ 30. Hoje, nesta mesma época, o preço está em torno de, no máximo, R$ 23.
– Ainda não terminamos a safra, mas a gente já tem um cálculo de 30% a 35% a menos do que o produzido no ano passado. Os cachos não atingiram o tamanho normal por causa da estiagem – conta Odair Lorençon, que tem uma propriedade em Jundiaí com 37 mil pés.
Apesar da queda de produção e redução dos preços, o tempo seco traz algumas vantagens para o fruto, que fica mais doce por causa do calor. O engenheiro agrônomo Felipe Oliveira também explica a ausência de chuva contribui para que doenças típicas de umidade não contaminem as videiras.
– O problema é que durante a fase de crescimento dos ramos e dos cachos é comum acontecer de eles não encherem tão bem. Então ocorre uma quebra de safra em relação ao ano anterior. O produtor que trabalha com irrigação ou com cobertura morta, que consegue segurar um pouco mais de água, nesse caso acaba tendo algum benefício – afirma Oliveira.
O produtor Odair Lorençon faz as contas e acredita que não vai chegar a ficar no vermelho. Os investimentos, no entanto, com o trato da lavoura em 2015 podem ser prejudicados.
– A gente vai ter que usar a cabeça e ver que projetos vai fazer e como vai tratar essas frutas. Não vai ter muito lucro e as plantas precisam de trato – diz.