Faltando apenas três semanas para o início da colheita de trigo nas principais regiões produtoras do país, a torcida dos produtores é para que o clima fique seco nos próximos dias para que se mantenha uma boa qualidade do produto.
O produtor rural Arivaldo Albuquerque, por exemplo, diz estar satisfeito com os 73 hectares de trigo plantados em sua propriedade. “Eu plantei ele no começo de maio e agora ele está na fase de gravação, está pronto, está granando”, disse, contente.
Até o fim de setembro o produtor espera colher uma média de 70 sacas por hectare. Diferente do ano passado, quando a chuva baixou a qualidade do cereal às vésperas da colheita, neste ciclo, o frio acelerou o desenvolvimento da planta. “O trigo está indo muito bem. No ano passado, uma parte tomou chuva e perdeu essa qualidade na hora da colheita, então, se isso não ocorrer, teremos um bom trigo”, falou.
Outro produtor de Itapetininga, no interior de São Paulo, também comemora o bom desenvolvimento da lavoura que começa a ser colhida já nas próximas semanas. Ele, que investiu no plantio de 450 hectares de trigo, estima que nas áreas irrigadas a produtividade pode chegar a 80 sacas por hectare.
“A gente vai ter um ligeiro aumento na produtividade e, principalmente, a expectativa é colher um produto de melhor qualidade em relação ao ano passado”, disse o produtor Hiroyuki Oi.
Expectativa
Especialistas apostam que o Brasil inicia o ano comercial de trigo com um dos estoques mais baixos dos últimos 20 anos, aproximadamente 350 mil toneladas do cereal. Cenário que, diante da expectativa de uma safra de qualidade e produtiva, deve facilitar as negociações e aumentar a rentabilidade do produtor.
“A gente tem a expectativa de ter uma margem muito melhor do que no ano passado, não colher bem e ainda não ter produto de qualidade é complicado. Esse ano não, acho que a gente prevê uma aumento na produção e a expectativa é ter uma procura melhor pelo trigo. Também creio em uma maior facilidade na negociação, a gente sabe também que vai ter oferta da Argentina”, disse Hiroyuki Oi.
Às vésperas da colheita, a torcida é para que nenhuma surpresa climática mude esse cenário, tão desejado por quem investiu alto na atividade.