Produtores de São Paulo podem deixar o milho no pé até o limite recomendado nesta temporada para economizar com a armazenagem e secagem, como esperança de conseguir preços melhores no futuro.
Na fazenda de Arivaldo Albuquerque, em Itapetininga, são esperadas 125 sacas para cada um dos 70 hectares plantados, mas o preço ainda não é atraente. “O clima está ajudando e se segurarmos na roça, temos o desconto da umidade, o que é compensador, já que a previsão do tempo não conta com chuva”, disse.
Com a grande oferta do grão no mercado interno, os preços ainda estão em queda. Segundo o produtor, no ano passado a saca de 60 quilos foi vendida por R$ 32, mas o preço atual gira em torno de R$ 24 e, segundo ele, não é o suficiente nem para cobrir o custo.
“Se não aumentar o preço, vamos ter que colocar no armazém. Especular um pouco, para ver se melhora, mas parece que tem sinais de uma pequena no melhora. O importante é que, na hora que resolver vender, não seja mais compensador ficar estocando”, disse a produtor.
Atrasando a colheita, o produtor economiza no armazenamento e secagem porque o milho no pé e a umidade perto do ideal pode gerar economias. Mas, ainda há risco e, se o tempo mudar, o prejuízo é certo, como ocorreu em 2016, quando o milho foi dizimado pela geada na fase final de formação.
O engenheiro agrônomo Edegar Petisco explica que o produtor que resolver atrasar a colheita deve ficar atento ao clima, evitando a proliferação de fungos. “No caso de chuva excessiva, pode haver uma umidade na espiga e isso causar algum tipo de grão ardido que não interessa para o agricultor. Além disso, ventos fortes podem derrubar o milho e causar dificuldades na colheita”, alertou.