As perspectivas para 2015 se voltam para o mercado, que gerou dúvidas desde o momento do plantio. Poucos apostam nos preços futuros e a cautela marca a transição para um novo ano.
Com as lavouras formadas, muitas já em plena colheita, os produtores se despedem de 2014 com mais dúvidas do que certezas. Em cada região do país, nesta época o produtor faz as contas sobre o que esperar da produção. O clima em janeiro pode ser decisivo para a safra.
Em Mato Grosso, o produtor Luiz Sales está otimista com o andamento da produção.
– Este ano está prometendo uma safra boa. Esperamos alcançar uma boa produtividade, de 60 sacas por hectare. Estamos com bastante área plantada, com relação às pragas está bem tranquilo, as doenças também estão bem controladas. E esperamos uma boa a recuperação de preços.
Mas no Distrito Federal, o produtor anda apreensivo muito mais do que em outras viradas de ano. Da porteira para dentro, ele fez o que foi possível para formar as lavouras. Os custos aumentaram e a indefinição fica da porteira para fora. Poucos arriscaram no mercado futuro, a oscilação de preços deixa dúvidas sobre o que esperar na hora de vender a safra.
Em Planaltina, o produtor Genésio Muller manteve a mesma lavoura de 400 hectares de soja da safra anterior, mas a decisão foi difícil de ser tomada. Muller tem dúvidas sobre como o mercado vai se comportar em 2015.
– O feijão estava em baixa, ninguém queria comprar, haja vista que deu 50% a menos de plantio na região. O milho estava com preço baixo, assim como a soja, mas essa ainda tinha quem comprasse. Então a gente fez uma mesclagem, um pouco de cada coisa, para ver o que vai acontecer. O mercado está muito indefinido.
Em Goiás, Osmar Artiaga também plantou em Cristalina os mesmos 500 hectares de soja da safra passada. Ele diz que prefere a cautela e considera todo início de ano um momento de incertezas para o campo.
– Todos os anos eu estou apreensivo com a parte comercial. Nunca sei com segurança o preço com que vou vender o meu produto. Para 2015 em particular, estou muito mais apreensivo com a disparada do dólar, com a matéria prima mais cara e com todo o mercado apreensivo.