Produtores de fumo do Rio Grande do Sul contabilizam prejuízos com as chuvas que atingem o estado. Muitos perderam metade das lavouras e têm pela frente mais um problema: a possibilidade de doenças nas plantas causadas pelo excesso de umidade. Na próxima semana, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) vai enviar 40 técnicos a campo para contabilizar os estragos.
Em uma lavoura de Santa Cruz do Sul, as folhas têm marcas deixadas pelas pedras de gelo que atingiram a plantação do produtor Alberto Schmidt, na última semana. Com metade da produção perdida, o prejuízo é de 2,6 mil quilos.
– É horrível, né. A gente planta e perde em pouco tempo com o granizo, em pouco tempo mesmo, e o fumo é frágil, ele tem a folha grande e qualquer granizo, não precisa ser muito forte, sendo com vento, quebra tudo – desabafa o produtor.
Agora, Schmidt teme pela qualidade do produto entregue à indústria:
– Ficam as folhas de cima pra colher. As folhas de cima, geralmente no verão, com um sol quente, 30 e poucos graus, quase 40, vai queimar muito essas folhas, né. Não vai dar aquela qualidade como a empresa precisa – lamenta ele.
Mais de 800 produtores de fumo do estado foram afetados pela chuva, segundo o levantamento da Afubra. Agora, calculado o que foi perdido, os produtores devem prestar atenção nas doenças fúngicas, que podem aparecer por causa do excesso de umidade.
– Hoje, eu diria que o maior problema nesses últimos dias, com excesso de chuva, é a lixiviação da fertilização. Esse adubo se aprofundou muito, lavou muito, e certamente os produtores terão que repor cobertura, colocar mais salito, principalmente pra que essas folhas, que ainda estão por se desenvolver, se desenvolvam fatalmente de boa qualidade com grande produtividade – orienta o gerente técnico da Afubra, Iraldo Backes.