Nos últimos dez anos, 33 mil famílias deixaram de produzir fumo segundo Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). O país também não vai crescer em área: o plantio deve ficar em 298 mil hectares e colher 727 mil toneladas. Os agricultores têm seguido à risca a orientação da indústria: plantar só o indicado.
O produtor Flávio Stumm cortou a produção pela metade. Ele vai plantar 25 mil pés em uma área que também encolheu, e foi para um hectare e meio. A cultura já não é prioridade, por muitos motivos, entre eles o alto custo de produção, insumos, mão de obra e o preço pago.
Apesar da reclamação dos fumicultores de que a classificação do produto na indústria é o maior entrave, Romeu Schneider, presidente Câmara Setorial do Tabaco e secretário da Afubra, afirma que tem sido equilibrada. “Tem dependido muito da qualidade do produto. Na safra anterior houve uma valorização muito grande sem nenhum parâmetro para a classificação conforme a instrução normativa porque havia uma oferta muito baixa de produto”.
Diminuir a área de fumo, para investir em hortifrúti, é uma tendência cada vez maior entre os fumicultores. A produção de frutas e verduras tem trazido maior garantia de rentabilidade. FlávioStumm tem percebido nos últimos anos. Tanto que, a área que produzia tabaco, agora recebe sementes de melancia. Nesse ano, o agricultor dobrou a produção de morangos. Ele também plantou mais tomates e a estufa de pepinos tem ido bem: de quinhentas mudas em 2016, agora chega a mil. Toda essa produção tem destino e preço certos.
“Pela cooperativa, que a gente formou a entrega daí o preço tá garantido e tem o ganho todo mês”, explica Stumm.