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Produtores pagam R$ 75 mil por um hectare de terra nos EUA

Como o tamanho médio das propriedades no cinturão agrícola é de 500 hectares, uma fazenda custa em torno de R$ 37,5 milhões

Fonte: Pixabay

Você é produtor e acha caro o custo da terra no Brasil? Imagine então pagar R$ 75 mil por um hectare! Esse é o preço médio nos Estados Unidos. É por isso que, no chamado cinturão agrícola norte-americano, 75% da terra é arrendada e somente 20% pertence ao produtor.

O produtor americano Doug Dashner define a situação. “Quem compra terra por aqui é rico ou casou com alguém rico ou ganhou de herança”, brinca.

Para quem não tem nenhuma dessas sortes, comprar terras nos Estados Unidos não sai barato. Um hectare na região produtora de grãos custa mais de R$ 75 mil. As lavouras têm em média 500 hectares. Então, uma fazenda com essa área custa em torno de R$ 37,5 milhões.

“Teve uma época em que comprar terra dava muito lucro, por isso muita gente entrou para investir no mercado. Isso aumentou a competitividade e fez a terra ficar mais cara”, explica Dashner.

Outros motivos ajudam a explicar o alto preço. A venda de terra não é limitada aos cidadãos norte-americanos. Qualquer um pode comprar. Tem também o fator cultural. Para os produtores locais, investir um alto valor nisso significa deixar o dinheiro parado enquanto poderia ser investido em melhorias da atividade.

O produtor Chad Kuhlmann planta grãos em área própria e teve a sorte de não precisar comprar. A família dele fez isso há cinquenta anos, quando o preço era mais baixo do que hoje.

“Aqui o preço da terra é de US$ 10 mil a US$ 12 mil o acre. Então, se você multiplicar por 2,5, dará o custo por hectare. É caro”, diz Kuhlmann.

No Brasil, a terra é mais barata. Na região Centro-Oeste, um hectare custa em média R$ 9 mil. No Sudeste é mais caro: R$ 15 mil. No Sul chega a R$ 21 mil. No último ano, o custo médio do hectare foi de R$ 10,28 mil no país.

O agricultor Phill Lehm arrendou 300 acres de soja e milho. Ele pagava em média R$ 1,8 mil de arrendamento por safra. Neste ano, o valor ficou mais pesado para ele.

“Com os preços do milho do ano passado, era bem mais fácil pagar arrendamento. Tínhamos uma margem maior. Neste ano está mais difícil. E, se gastamos mais com terra, devemos ter menos lucro. Uma das saídas é vender a produção cedo, assim já sabemos quanto vamos ganhar, com a certeza de que terei margem. Este ano eu não fiz isso e me arrependi”, afirma Lehm. 

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