Mais da metade dos produtores de pêssego da área rural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, tiveram perdas em função do granizo e da chuva. O que é muito ruim, já que na próxima semana acontece a abertura oficial da colheita da fruta. Os agricultores já contam os prejuízos, entre eles, a perda de qualidade.
O produtor Hildemar José Piber fez questão de guardar as frutas atingidas pela chuva de granizo. Os estragos causados nesta safra assustaram.
– Olha, eu nunca me lembro de um tempo que nem causou esse ano. Eu não me lembro desde o tempo que eu passei a ser produtor, não me lembro – diz.
Além dos prejuízos por causa do granizo, a umidade favoreceu o aparecimento de fungos. Em qualquer pé de pêssego se acha uma fruta com esse problema. Para não aumentar a contaminação, Hildemar logo tira da árvore as que estão podres. Aos poucos, a quantidade de pêssego vai diminuindo – ao invés de 40 quilos por pé, vai colher apenas 10 quilos.
– Eu aqui na minha área que eu tenho, acima de perca minha aqui é de 40 a 70% – afirma o produtor.
Outras culturas também devem registrar prejuízos. Apenas metade das ameixeiras devem dar frutos bons. O tomate do tipo cereja também foi castigado. A penca, que era para estar cheia, ficou miúda, a umidade abortou a floração. A falta de sol piorou ainda mais a situação das plantações.
As perdas no campo terão reflexos diretos na mesa do consumidor. O pêssego, por exemplo, que tem como característica o sabor doce, deve ficar mais amargo e aparecer em menos quantidade, justamente por causa da quebra de safra.
– A umidade, ela muda o gosto da fruta, né? Ela não fica tão doce, ela perde, fica mais aguada. Então ela perde o sabor, né? – diz Hildemar.
Agora o que resta é colher os frutos para a venda e esperar por uma safra melhor.