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Produtos orgânicos falsos preocupam produtores

Consumidores devem comprar apenas alimentos certificados. Dos 12 mil produtores brasileiros, apenas 8 mil estão autorizados a utilizar o selo oficial do Ministério da Agricultura

Fonte: José Cruz/Agência Brasil

Os produtos orgânicos estão ganhando o mercado e as vendas chegaram a crescer 30% em 2015, em comparação com o ano anterior. Porém, dos 12 mil produtores brasileiros, apenas 8 mil estão autorizados a utilizar o selo oficial que identifica o modelo de produção e os alimentos “falsificados” estão preocupando os agricultores. 

No começo de fevereiro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prometeu aperfeiçoar a fiscalização animal e vegetal com o lançamento de uma nova versão da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), prevista para julho. De acordo com o órgão, a ferramenta vai rastrear os produtos vegetais e orgânicos produzidos no país. Com uma base de dados mais precisa, o Mapa garante que será possível ter um controle mais eficiente da procedência desses produtos.

“É tudo que o movimento orgânico quer. Que a gente tenha, de fato, mecanismos de acompanhamento, monitoramento e principalmente de informação para o consumidor e para a sociedade”, aponta a presidente da Associação de Agricultura Orgânica, Maluh Barciotte. Ela espera que por meio dessa nova fiscalização, futuros compradores tenham acesso à informações de qualidade.

Atenta aos produtos falsos, Adriana Caruso, consumidora de orgânicos, afirma comprar os alimentos apenas em locais regulamentados, como feiras orgânicas e associações. “Você vai atrás para não comprar o gato por lebre, né?” brinca.

Alcides Neves é um dos produtores licenciados. Há quatro anos, sua propriedade passou por uma rigorosa inspeção e recebeu a certificação para vender hortaliças e legumes como orgânicos. “A gente começou a plantar saúde”, diz orgulhoso.

Quando o clima contribui, ele conta que a fazenda de cinco hectares tem uma produção de quatro toneladas de alimentos por mês, que são direcionados para feiras orgânicas. 

Produtores certificados pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica têm 100% da produção inspecionada pelo menos uma vez por ano.

As avaliações são feitas por 25 certificadores credenciados pelo Ministério da Agricultura, que exigem do produtor uma série de pré-requisitos. Entre eles o início da cultura em um solo sem plantio há pelo menos três anos, ter análise da água usada na irrigação e fazer o manejo e o controle de pragas sem o uso de qualquer aditivo químico.

Neves explica que seu adubo é misturado na propriedade ou comprado de outros locais certificados como orgânicos. Entre os cuidados para evitar pragas, ele utiliza extrato de arruda ou de alho, que funcionam como repelente.

Produtores do setor ressaltam que o consumidor deve ficar atento e só comprar alimentos que contenham o selo do Ministério da Agricultura. “(Precisamos) sair daquele automatismo em que a gente vai correndo ao mercado e compra qualquer coisa. Poxa, é o que você come, é aquilo que você dá para os seus filhos, para sua família”, ressalta Maluh Barciotte.

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