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Programas de certificação de carne de qualidade crescem no Brasil

Associações defendem que é uma oportunidade para o pecuarista agregar valor ao produto

Fonte: Gisele Rosso/ Embrapa Pecuária Sudeste

Os programas de certificação de carne qualidade têm se popularizado nos últimos anos, sendo uma importante ferramenta para aumentar a renda dos pecuaristas, pois a maioria oferece bonificações.

A raça senepol criou este ano o seu próprio programa de melhoramento genético para atestar a produção. Além disso, a intenção é lançar no próximo ano um corte de carne específico para a raça. “É para dar mais visibilidade e ter um trabalho de nicho de mercado na área gourmet”, conta Pedro Crosara, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovino Senepol (ABCB Senepol).

O primeiro programa do gênero foi o das raças hereford e braford, lançado em 1999. Atualmente, cerca de 50 mil animais têm a qualidade certificada todos os anos. Em 2017, esse volume caiu 20%, mas o especialista Fernando Lopa afirma que a queda é pontual e que o programa deve retomar o crescimento em 2018.

“Tivemos a saída de um frigorífico nacional grande e esperávamos uma queda de quase 40% no número de animais certificados. Mas o produtor conseguiu migrar para os frigoríficos parceiros e a queda será menor”, diz Lopa, que também é ex-presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB).

Criado em 2001, o programa da raça nelore certifica quase 125 mil animais por ano. O gerente-executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), André Locateli diz que a instabilidade na remuneração dificulta a expansão dos programas. “Mas, com certeza, é uma oportunidade de agregar valor e melhores resultados, e a indústria tem interesse nisso”.

Mesmo com o consumo reduzido, a procura por alimentos certificados aumenta a cada dia. Segundo o diretor-presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, o crescimento da pecuária brasileira passa pelos programas de certificação.

“Quando o comprador consome carne de melhor qualidade, ele quer saber a origem, qual é a raça, como foi produzido, e a identificação por raça no mercado interno é o futuro. Esse público, que está disposto a pagar por isso, é quem vai consumir com crise ou sem crise. Com isso, eu garanto um nicho de mercado. É claro que não há blindagem inoxidável, mas é uma das maneiras de enfrentar a crise”, explica Torres.

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