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Proibição de glifosato pode fazer Brasil importar grãos

Caso o agroquímico seja banido, os produtores teriam que retornar as lavouras para o cultivo convencionalA Câmara Setorial da Soja aponta que a possível retirada do Glifosato do mercado, só no primeiro ano, pode obrigar o Brasil importar mais de 30 milhões de toneladas de grãos. As lideranças do agronegócio estão elaborando um documento para mostrar o impacto caso o agroquímico seja banido no Brasil. A questão foi tema de uma reunião da Câmara Setorial da Soja realizada nesta terça-feira, 28, em Brasília.

A pressão do Ministério Público Federal (MPF) em cima da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deixa os agricultores em estado de alerta. Um estudo desenvolvido por uma agência internacional, ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que o glifosato pode ter substâncias cancerígenas, e reforça o pedido de banimento do produto no mercado.

– Para entrar uma molécula no mercado, ela precisa ter sido avaliada dentro de critérios justos. O campo precisa de alternativas de controle. Não adianta ter uma alternativa porque começa sempre um processo de resistência aos produtos, o campo precisa de diversas alternativas de controle para adotar a mais adequada dentro daquele momento – declara o gerente de educação e treinamento da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Fábio Kagi.

Entre os produtos que estão na mira do MPF, o glifosato, o Paraquate e o 2 4D são os mais utilizados como dissecantes e preocupa os produtores porque a técnica de plantio direto depende desses princípios ativos. As primeiras estimativas apontam que a suspensão dos produtos pode provocar quebra na produtividade de grãos em até 50%. As lideranças do agronegócio pedem um prazo de pelo menos 5 anos até que surjam produtos que possam substituir com a mesma eficiência.  

Sem o glifosato, os produtores teriam que retornar as lavouras para o cultivo convencional.  

– Inicialmente, teremos que voltar a sistemas convencionais e não estamos mais preparados para esse modelo convencional. A primeira perda será econômica e a segunda será, com certeza, ambiental – justifica o diretor da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA).

A questão está sendo considerada ideológica e não técnica. A ação judicial deve demorar e corre em paralelo na Câmara Setorial. Um documento oficial está sendo finalizando com o levantamento dos impactos, caso o uso dos produtos seja suspenso.

– Estamos encaminhando um documento para todas as Câmaras Setoriais de grãos e no dia 14 de maio, vamos fazer uma coletiva de imprensa para apresentar o resultado do impacto desse equívoco que está se fazendo no Brasil. Eu penso que a Anvisa deveria fazer o Ministério Público se preocupar com o uso adequado de EPI’s, aplicação adequada do produto, qualificar mais o aplicador para o uso e não simplesmente, tirar esses produtos porque se tirar, estamos diante de um caos na agricultura brasileira, que não está preparada por ser uma agricultura tropical – pontua o presidente da Câmara Setorial da Soja, Glauber Silveira.

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