Betão é o primeiro puma, ou onça parda, a ser capturado e vigiado. O animal faz parte do estudo do Projeto Carnívoros, do Instituto Caeté-açu. O monitoramento dele ajudará pesquisadores e ambientalistas a identificar quais áreas do Parque Nacional da Serra do Itajaí são mais importantes para serem preservadas. O puma foi escolhido porque ele está no topo da cadeia alimentar do parque. Todas as outras 10 espécies de animais servem de alimento para o puma, o principal responsável por manter o equilíbrio ecológico na região. Os pesquisadores ficaram 12 dias acampados na esperança de capturar o animal. No dia 13 de dezembro, tiveram sucesso. Foram coletadas fezes do animal, que mostraram como Betão está.
O animal recebeu um colar, que está programado para registrar a localização do animal a cada quatro horas e emitir sinais via satélite. Os dados estão disponíveis aos integrantes da pesquisa numa página da internet. Se o animal não remover o colar magnético, o acessório ficará preso ao pescoço dele por 52 semanas e se abrirá automaticamente.
O problema é que o projeto não sabe quantos animais existem na região. Para isso, a pesquisa precisa de mais apoio para continuar. O projeto Carnívoros recebia o apoio de uma empresa paranaense, mas a ajuda financeira chegou ao fim. Ainda restam quatro colares para serem colocados em outros pumas. Por isso, a equipe volta a campo em julho. Um dos objetivos é aumentar a chance de reprodução da espécie. O ideal é que existissem no parque cerca de 500 pumas. A última vez em que os animais foram monitorados, em 2010, eram apenas quatro, ou seja, eles podem sumir a qualquer momento, assim como as outras espécies carnívoras, como jaguatirica, gato do mato, graxaim, quati, furão e lontra.