Uma parceria pretende acabar com o bicudo-do-algodoeiro, que atrapalha os produtores de todo o país, nos próximos cinco anos. O trabalho intenso ocorre no laboratório da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que tenta desenvolver uma variedade resistente à praga.
“É o foco da Embrapa e dos pesquisadores atuarem para resolver os problemas da agricultura. Estamos atuando desde 2009 para buscar ativos biológicos para controle do bicudo”, disse a pesquisadora da Embrapa Fátima Grossi.
São diversos processos para o desenvolvimento de um algodão transgênico, que vai desde a exposição ao bicudo, passando por um tratamento em laboratório e o estudo das plantas em estufas. A ideia é aplicar o processo no campo no próximo ano.
“A partir da eficiência dessas plantas no controle do bicudo, já solicitamos a documentação para fazer os testes a campo, que serão feitos, tanto na sede da Embrapa Algodão como nos campos do Instituto Mato-Grossense do Algodão”, comentou Fátima.
A praga representa um acréscimo de pelo menos 10% nos custos de produção, o que dificulta para o produtor. Sem esse problema, a expectativa do setor é crescer 15% e assumir o segundo lugar na produção mundial.
Para alcançar essa posição, foi assinado um acordo entre Embrapa, Instituto Mato-Grossense do Algodão, Instituto Brasileiro do Algodão e a associação brasileira que representa os produtores para investimento de R$ 18 milhões em pesquisa. A chamada plataforma do algodão tem como objetivo desenvolver tecnologias diversificadas para combater o bicudo.
“Nossa realidade, com mais tecnologia, tem a preocupação em administrar o bicudo, suprimindo o espaço do desenvolvimento dele para poder colher o algodão. Nós não conseguimos imaginar ainda a eliminação no território brasileiro, mas a gente consegue conviver com ele”, falou o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero.