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Projeto quer votação de plebiscito sobre porte de armas durante as eleições

Três perguntas seriam feitas à população, incluindo uma sobre o porte de armas para produtores rurais

Fonte: Pixabay

Um dos projetos que tramitam no Congresso para dar o direito a produtores rurais portarem armas pode ser votado durante as eleições de outubro. De acordo com o senador Wilder Morais (DEM-GO), a ideia será colocar em votação um plebiscito durante as eleições deste ano, no qual a população colocaria a sua opinião sobre o assunto.

Três perguntas seriam feitas à população: se deve haver porte de armas para quem reside na área rural; se o estatuto do desarmamento deve ser revogado para permitir o porte de armas e e se a permissão deve ser apenas para a posse de armas.

De acordo com entidades que representam o setor, o produtor está cada vez mais vulnerável à violência. Segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, a lei atual protege o criminoso.

“A pessoa vai lá, rouba tudo e sabe que não há defesa, simplesmente porque a lei não permite. Então, o criminoso faz o roubo com toda segurança possível”, falou.

A opinião é compartilhada pelo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles. “É de suma importância para nós que estamos muito longe dos centros urbanos. Por óbvio, a polícia dá mais atenção à população urbana e até a demora para chegar aos fundos de rincões, podendo definir entre a vida e a morte de um agricultor.”

Já para o sociólogo Zander Navarro, o armamento em massa da população não é a solução mais indicada para o momento que o Brasil vive, mas alguma alternativa deve ser aprovada em um curto espaço de tempo. “A ampliação do número de armas na mão das pessoas poderá potencializar os riscos, mas eu acredito que vai ser aprovado algum tipo de permissão para produtores rurais,  porque a violência no campo é outro fator que vem aumentando”, disse.

Invasões de terra

As propostas para armamento do produtor rural possuem outro objetivo, além de proporcionar defesa contra criminosos. O senador Wilder Moraes diz que trata-se de uma alternativa para garantir a posse de terras, contra movimentos sociais como o MST.

“A população tem direito à propriedade e, se ela estiver armada, essas invasões não vão acontecer. Afinal, ninguém invade um lugar onde pode ‘levar chumbo’”, falou.

Para o sociólogo, no entanto, o combate aos movimentos sociais não deve ser usado como argumento para armar os produtores. “É muito raro o enfrentamento no Brasil com movimentos sociais. A tendência é que esses confrontos deixem de existir.  O próprio MST é uma organização política extremamente fragilizada e a demanda por terra de antigos trabalhadores rurais se reduziu dramaticamente em todo Brasil rural. O MST está por um fio”, disse Navarro.

Na visão do coordenador nacional do MST, Alexandre Conceição, o armamento de produtores rurais seria comparável ao terrorismo. Isso é terrorismo, pois estão rasgando a constituição. O direito dos trabalhadores em lutar por seus direitos não é terrorismo. Vamos continuar na luta pela terra”, concluiu.

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