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Quem garante a qualidade do leite que você consome?

Reveja toda a série de reportagens especiais que mostra a falta de fiscalização na indústria de lácteos no BrasilDepois de inúmeras denúncias contra a adulteração de leite na Região Sul no último ano, em operações policiais que interditaram indústrias e prenderam dezenas de envolvidos em processos ilegais, nesta semana, o Canal Rural exibiu cinco reportagens sobre a falta de fiscalização na cadeia produtiva de leite do Sudeste.

Durante um mês de trabalho, nossa equipe de reportagem encontrou salas de fiscais vazias, indústrias insalubres, leite contaminado por antibiótico, laticínios interditados produzindo e profissionais sobrecarregados. Esquemas fraudulentos em Minas Gerais e São Paulo não impedem que o leite seja comercializado e chegue à ponta da cadeia: o consumidor final. Relembre a série Leite, Quem Fiscaliza? 

A primeira reportagem foi ao ar na segunda-feira, dia 3, mostrando a situação de São Paulo. De seis laticínios visitados, cinco não tinham um fiscal agropecuário federal de plantão durante o período de produção de lácteos. De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), a fiscalização deve ser permanente. Mas, segundo os proprietários das empresas visitadas, em nenhuma delas o fiscal comparece todos os dias. 

Foi preciso a primeira reportagem ir ao ar para conseguimos ouvir o Superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em São Paulo, Francisco Jardim, receber o Canal Rural para uma entrevista sobre o problema da falta de fiscais. Entrevista que foi ao ar em reportagem na terça-feira.

Em Minas Gerais, Estado que concentra a maior bacia leiteira do país, o número de indústrias com o Selo de Inspeção Federal (SIF) é muito superior ao de fiscais federais. O resultado é assustador: em estabelecimentos que funcionam dia após dia sem a presença do fiscal, a ausência da inspeção permanente abre espaço para irregularidades e desrespeito ao consumidor. A segunda reportagem encontrou lá leite com antibióticos, sujeira e insetos nos laticínios.

Na terceira reportagem, mostramos que mesmo onde há inspeção e os fiscais identificam problemas, basta que virem as costas e as empresas seguem operando normalmente. Mostramos na terceira reportagem dois laticínios de Muriaé, Minas Gerais, interditados durante a missão acompanhada pela reportagem do Canal Rural, que foram multados novamente por desrespeitarem a legislação.

As reportagens repercutiram no Mapa, que publicou na quarta-feira, dia 5, uma nota& defendendo que a fiscalização nos laticínios é constante.

A quarta reportagem mostra que as fraudes estão cada vez mais sofisticadas, em cadeia. Uma fraude é feita para encobrir a anterior e assim se vai comprometendo a segurança do produto. Quando a fiscalização é falha, outros mecanismos buscam garantir a segurança do consumidor, o elo mais fraco da cadeia. É o caso do Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPE), que há cinco anos atua em conjunto com o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) realizando diligências em várias cidades mineiras. 

A quinta e última reportagem da série mostra as alternativas para contornar o problema da falta de fiscais, envolvendo outros elos da cadeia, como os Estados e Municípios. 

A série teve forte repercussão durante a semana e gerou uma sexta reportagem que mostra que o grande nó do problema é que a legislação atual não garante qualidade do leite. A produção de leite no Brasil dobrou desde 1990, passando de 15 para 32 bilhões de litros por ano. A indústria, naturalmente, acompanhou este crescimento.Mas não a inspeção agropecuária, tampouco a legislação do setor.

Pressionado por respostas, o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Leandro Feijó, deu uma entrevista exclusiva para o Canal Rural. Ele defende que a fiscalização do leite não precisa ser permanente, mas reconhece que faltam fiscais para dar conta da demanda, mesmo sendo periódica. A entrevista, que durou 45 minutos e respondeu a todas as perguntas levantadas com a reportagem.

A semana encerrou com nosso fórum de debates semanal, o Bancada Rural. O programa foi ao ar neste sábado à noite, com a presença do diretor executivo da Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios, Wilson Massote, o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, Maurício Porto, os comentaristas Miguel Daoud e Ivan Wedekin, e o repórter João Henrique Bosco.

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