As cotações do café atingiram patamares recordes este mês. A saca do arábica é negociada a R$ 740, valor 33% maior em comparação ao mesmo período de 2020; Entre os motivos da alta estão oferta menor e câmbio.
Segundo relatório do Rabobank, na safra 2021 deve ser de 56,2 milhões de sacas, sendo 36 milhões do tipo arábica, o que representa uma queda de 26,5% em relação a 2020.
Os dois principais motivos são a bienalidade sazonal e o clima. Minas Gerais, a principal região produtora do país enfrentou um intenso déficit hídrico e temperaturas elevadas no período de florada, impactando diretamente na produtividade.
De acordo com o analista sênior do Rabobank Brasil, Guilherme Morya, diante de um cenário de agravamento de casos da Covid-19 e novas restrições, a demanda também deve ser menor. “Algumas semanas atrás o mercado sentiu confiança, com o avanço de programas de vacinação, mas nos últimos dias estamos observando notícias não tão positivas não só no Brasil, mas em países da Europa, como França e Alemanha”, afirma.
Dessa forma, a demanda menor deve compensar a baixa na oferta. “Embora a oferta seja mais escassa, essa limitação na demanda acaba limitando uma possível alta dos preços. Atualmente, a gente prevê os preços oscilando entre R$ 1,25 e R$ 1,40 na Bolsa de Nova York”, completa.