O faturamento das exportações de mel em 2021 aumentou 76% em relação a 2020. O valor saltou de US$ 98,5 milhões para US$ 163 milhões. Em volume, o Brasil vendeu quase 47 mil toneladas do produto, com crescimento de 6%.
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O principal destino das exportações de mel são os Estados Unidos com cerca de 70% de todo volume comercializado. Piauí e Santa Catarina são os estados brasileiros que mais vendem para outros países. Em terceiro, está o Paraná, que no ano passado vendeu mais de 9 mil toneladas do produto, o equivalente a US$ 31 milhões de dólares. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural do estado (IDR-Paraná), o volume exportado cresceu 5,4% em relação a 2020. O preço pago pelo produto também foi valorizado.
“Em 2020 o mel foi vendido o kg a 1 dólar e 97 cents, nesse ano de 2021 a média do kg, está saindo a 3 dólares e 33 cents, então esse aumento do valor do mel, deu um aumento total de 72% para praticamente o mesmo volume exportado”, diz o zootecnista do IDR, Rodrigo Rossi.
O IDR também aponta expansão dos mercados. Além dos Estados Unidos e Alemanha, a Austrália vem comprando mais. Em 2019, a participação do país era de 5% no mel vendido pelo Paraná. Na safra de 2020/2021, saltou para 20% do total.
“Só pra gente comparar, em 2020, o valor foi de US$ 18,2 milhões. Então a Austrália foi o fator determinante, e a gente considera também esses 4% de outros mercados que estão comprando mel do Paraná. E assim a tendência é que eles aumentem também a importação. Com isso, o Paraná vai tendo mais países consumindo o nosso mel”, avalia Rossi.
Segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Mel, a certificação orgânica é a garantia de melhor preço no mercado internacional.
“o Brasil fornece algo entre 90% e 95% do mel orgânico mundial. O mel brasileiro é muito valorizado lá fora pela certificação orgânica dele e isso a maioria dos países não têm condições de produzir por causa do excesso de uso de agrotóxicos. Assim, no Brasil nós ainda temos uma condição privilegiada com relação às nossas matas nativas, de produzir mel orgânico certificado, e isso tem sido um baita diferencial”, destaca o vice-presidente da Abemel, Daniel Breyer.
Para o setor, ainda existe um outro motivo que contribui para o aumento das exportações: o brasileiro consome pouco mel.
“O consumo brasleiro é muito baixo, em torno de 140 gramas, comparado aos Estados Unidos que é 900 gramas, ou até mesmo Alemanha, que chega a 3 kg”, pondera o presidente da Coofamel, Antônio Schneider.