O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta quarta, 21, que irá rever os projetos de reforma tributária entregues pelo governo ao Congresso. De acordo com Guedes, a arrecadação de impostos está alta e mostra que é possível propor uma reforma “mais ousada”. Porém, o chefe da economia foi firme ao dizer que não voltará atrás da proposta de taxar lucros e dividendos.
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Em transmissão do ministério sobre a arrecadação de impostos do mês de junho, Guedes garantiu que em 2021 o país irá arrecadar R$ 200 bilhões a mais do que o obtido no primeiro semestre de 2020, o que deve gerar mais conforto para a economia.
“Por isso devemos avançar em uma reforma tributária mais ousada. Os liberais democratas preferem reduzir impostos, correr o risco da redução. Então na versão inicial a reforma tributária veio um pouco conservadora demais, calibrada com muitas coisas antigas que a Receita gostaria de aperfeiçoar, mas o nosso momento é de arriscar para o outro lado. Nosso trabalho agora com nosso relator o [Celso] Sabino, o [Arthur] Lira, presidente da Câmara, com secretário [da Receita Federal, José] Tostes, com Isaías que é nosso consultor especial que está coordenando uma equipe ouvindo todos os pleitos e excessos que possam ter sido cometidos pela Receita na 1ª versão”, disse o ministro.
No entanto, a taxação de lucros e dividendos prevista na reforma e alvo de reclamação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deve ser mantida.
“Nós vamos tributar lucros e dividendos que não pagam impostos há mais de 25 anos, pois foram isentos. Nós queremos reduzir os impostos sobre as empresas e nós queremos que os super ricos paguem. Estamos tributando com uma alíquota baixa: 20%. A tributação de pessoas jurídicas na OCDE é entre 20% e 40%. Nós estamos querendo justamente baixar para 21,5% de alguns setores. Nós queremos da mesma forma subir de 0% para 20% o imposto sobre dividendos, que também na OCDE fica entre 20% e 40%”, ressaltou.
Otimista com a retomada econômica, Guedes comentou uma possível reestruturação do ministério do trabalho.
“Tem novidade chegando até na nossa organização estrutural. Vamos fazer uma mudança organizacional aqui também, essas novidades são justamente na direção de emprego e renda. Vem a renda aí com João Roma [Ministro da Cidadania] e vem o emprego. São novidades que o presidente deve trazer rapidamente”, concluiu o ministro da Economia.