MT registra redução das autuações por violação do vazio sanitário

Maior conscientização do produtor e clima são as razões apontadas pela agência de defesa vegetal para a queda no descumprimento da norma no estado

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

O balanço parcial dos dois primeiros meses de fiscalização do vazio sanitário da soja na safra 2016/2017 em Mato Grosso foi positivo, afirma o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT). Ao todo, 25 propriedades foram autuadas por descumprirem a norma. No campo, os produtores continuam em alerta com o aparecimento da ferrugem asiática, já que o La Niña pode favorecer a disseminação da doença.

O período de vazio sanitário no estado vai de 15 de junho a 15 de setembro e serve para evitar a disseminação do fungo causador da ferrugem asiática. Somente em julho, o Indea inspecionou mais de 1,7 mil propriedades, das quais 14 foram multadas por descumprirem a norma fitossanitária. O resultado, segundo o instituto, é satisfatório, se comparado ao mesmo período do ano passado.

O coordenador de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura (Mapa), Wanderlei Dias Guerra, contou que ao percorrer a estrada BR-163, que leva a Sorriso, poucas plantas guaxas foram encontradas. “Praticamente não encontrei ferrugem nesse trecho. Nós, que estamos há mais de 10 anos monitorando a ferrugem asiática, sabemos que essas plantas guaxas acabam servindo como indicadores da ferrugem”, garante ele.

Para o Indea, a questão climática e a maior conscientização dos produtores estão entre as principais razões para essa diminuição. “Os produtores estão fazendo as aplicações no momento correto. Vimos alguns casos em pivôs, mas são poucos e estão controlando. Por isso não tivemos problemas graves em questão de plantas guaxas”, afirma Valdemir Batista da Silva, representante regional do Indea em Lucas do Rio Verde.

Mesmo tomando todas as precauções, alguns produtores do estado ainda se depararam com o fungo na safra anterior, como é o caso do sojicultor Lucas Beeber, que teve um prejuízo de 8 a 10 sacas de soja por hectare, devido à ferrugem. O maior problema, segundo ele, é que muitos produtores ainda falham no controle e acabam trazendo prejuízos a toda a cadeia produtiva.

“Tem produtor plantando milho em cima de soja, o que acaba deixando soja tiguera no meio do milho”, conta Beeber. “É um erro muito grande de manejo não usar o produto certo junto com a dissecação para matar a erva daninha no meio do milho. Isso vai disseminar a doença.”

Por fim, Dias Guerra ressalta a importância da prevenção para evitar ainda mais transtornos, com as pulverizações preventivas e monitoramento adequado. “O produtor precisa ficar atento já que está prevista uma precipitação maior nos meses de novembro e dezembro. Ele precisa entrar na área para procurar a ferrugem. Ainda não temos as melhores ferramentas para conviver com a ferrugem, por isso que o produtor precisa continuar atento”, finaliza coordenador de defesa vegetal do Ministério da Agricultura.