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Resistência da ferrugem asiática a defensivos preocupa sojicultura

Em Goiás, agricultores e pesquisadores se reuniram para discutir estratégias integradas de manejo

Fonte: Wanderlei Dias Guerra

A ferrugem asiática pode destruir 80% da lavoura de soja. No Brasil, ela começou a se espalhar no início dos anos 2000 e o estrago não foi maior porque o vazio sanitário e o calendário de plantio isolaram o aparecimento do fungo. As boas práticas foram reforçadas pela aplicação de fungicidas, mas, de acordo com o pesquisador da Embrapa Soja Ricardo Abdelnoor, a resistência da doença aos defensivos vem aumentando, exigindo novas formas de manejo.

“O desenvolvimento de soja tolerante à ferrugem é um exemplo. Já existe no mercado. A Embrapa lançou, neste ano, duas cultivares resistentes. Já é um avanço da pesquisa, para evitar um problema maior no futuro, caso os fungicidas deixem de funcionar”, diz o especialista.

Muito se fala sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos favorecer a oleaginosa brasileira, porém, para isso, é necessário garantir que a produtividade não seja afetada. Atenta a isso, a Embrapa realizou uma palestra sobre as estratégias integradas para controle da doença, em Goiânia (GO).

Francismar Guimarães, também pesquisadora da instituição, explica que o patógeno da ferrugem tem alta capacidade de mutação, diante dos tratamentos com cultivares ou inseticidas. “A cada ciclo, ela produz uma quantidade muito grande de esporos, o que permite várias mutações. Assim como o vírus da gripe, temos muita variabilidade, de modo que algumas estratégias podem ser facilmente vencida”.

O gerente de produtos fungicidas da Bayer, Marcos Dallagnese, afirma que o segredo para acabar com a resistência é “não olhar uma tecnologia isolada, e sim a combinação de várias”, para conseguir produtividades altas na cultura.

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