O oeste baiano registra a melhor safra de grãos dos últimos cinco anos, o que deve movimentar as negociações na principal feira da região, a Bahia Farm Show. A expectativa é de que a 13ª edição do evento realizado no município de Luís Eduardo Magalhães angarie mais de R$ 1 bilhão. Na abertura do evento, o fórum promovido pelo Canal Rural e por entidades do setor debateu o potencial hídrico da região.
A estimativa é que a colheita na região some 7,7 milhões de toneladas, uma alta de 41% em relação à temporada anterior. A maior parte do volume é de soja, com mais de 5 milhões de toneladas, seguida pelo milho e pelo algodão, que registraram crescimento de quase 30% sobre a temporada anterior.
O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABPA), Júlio Cézar Busato, diz que a forte estiagem que atingiu a região no ano passado fez com que a produtividade média da cultura fosse de apenas 168 arrobas por hectare. “Neste ano, as chuvas voltaram à normalidade e nós estamos estimando uma produtividade acima de 280 arrobas de algodão por hectare”, afirma.
O desempenho das lavouras deve estimular os negócios na Bahia Farm Show, que deve superar o resultado obtido no ano passado, de R$ 1,014 bilhão, com a venda de máquinas e equipamentos agrícolas.
Para o presidente da feira e também da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Celestino Zanella, o momento é de otimismo para o produtor. “Ele vai se encher de esperança novamente, vai fazer um
Durante a abertura da feira, o vice-governador do estado, João Felipe de Souza Leão, anunciou o acordo com a Universidade Federal do Oeste da Bahia para ajudar pequenos produtores rurais a conseguirem obter o título de terra. O projeto deve beneficiar cerca de dez mil agricultores, inclusive de áreas de reforma agrária.
“O título de terra é importante para os produtores terem acesso ao crédito rural, para melhorar a sua vida. Nós vamos começar pelos municípios de Formosa, Buritirama, Barra e Mansidão”, diz Souza Leão.
Fórum
Nesta terça-feira, dia 30, um fórum promovido pelo Canal Rural e entidades do agronegócio discutiu o potencial hídrico do oeste baiano. Celestino Zanella falou sobre a parceria firmada com a universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, para triplicar a quantidade de áreas irrigadas na região, que hoje totalizam cerca de 160 mil hectares.
Segundo o presidente da Aiba, com o auxílio dos americanos, será executado um levantamento na região para indicar qual a quantidade de água disponível e quanto poderia ser utilizada na irrigação. “Não tenho dúvida de que nós podemos irrigar pelo menos 500 mil hectares, e tem estudos que dizem que podemos irrigar mais. Não podemos ter pressa, vamos fazer bem feito”, conta.