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Safra: crédito para investimento despenca 46%

André Nassar, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, explica a queda e se diz otimista 

Fonte: Manaíra Lacerda/Canal Rural

O acesso ao crédito para investimento na safra 2015/2016 caiu 46%, entre junho e novembro, na comparação com o mesmo período da safra passada. O produtor contratou R$ 9 bilhões dos R$ 38,2 bilhões disponíveis. Já o acesso ao custeio aumentou 23% no mesmo período, com a contratação de R$ 53,3 bilhões dos R$ 149,5 bilhões programados. O número total de contratos reduziu de 410.201 para 330.573.

Para custeio e comercialização, os financiamentos com taxas controladas cresceram nos bancos públicos (+36%) e reduziram nos privados (-8%). Já os contratos com juros livres caíram 43% nos bancos públicos e aumentaram 151% nos privados.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, afirmou hoje que está negociando com os ministérios da Fazenda e do Planejamento para garantir o pré-custeio de cerca de R$ 7 bilhões, que faltou nesta safra. O secretário também está otimista com a possibilidade de aumentar os recursos ao programa de subvenção ao prêmio de seguro rural. Atualmente, estão previstos R$ 400 milhões. Leia a seguir as declarações do secretário sobre este e outros assuntos:

CAIXA DE FLUXO
Nós sempre entendemos a safra 2015/2016 como safra de ajuste. Um momento de aumento de taxas de juros, um momento em que o produtor não iria naturalmente se alavancar, fazer investimentos que comprometessem o caixa de fluxo futuro dele. Então nós já esperávamos redução no investimento e está dentro do que esperava e isso não compromete em hipótese alguma o desempenho das safras futuras

JURO LIVRE
Basicamente, o juro livre veio repor a parcela de juro controlado que os bancos privados não estão conseguindo fazer, por conta da queda dos depósitos à vista. Eu acredito que o juro livre compensa perfeitamente isso. A questão do juro livre é que o custo de capital desses produtores é maior, fica um pouco mais caro. Mas esse custo de capital não compromete o custo da safra.

R$ 750 MILHÕES
A ideia basicamente é utilizar metade dos recursos hoje disponibilizados para a pep e pepro, usar metade disso e remanejar para o seguro. Então a gente está fazendo um trabalho coordenado com os demais ministérios, sobretudo Planejamento e Fazenda, para que a gente consiga chegar a R$ 750 milhões no orçamento do ano que vem. Essas discussões estão avançadas, e eu estou otimista.

JUROS LIVRES
Sobre a diminuição no número de contratos, isso é um reflexo de como o mercado financeiro está operando. Por conta de incerteza, preços internacionais menores, o mercado financeiro passou a ser mais seletivo, avaliar o risco com mais cuidado. E, ao fazer isso, ele selecionou produtores e houve uma pequena queda no número de contratos.

PRÉ-CUSTEIO
É um pedaço de recursos que já existem, que os bancos estão emprestando, mas percebem que existe algum recurso que pode usar de pré-custeio para a próxima safra. Além disso, é possível trabalhar com a Fazenda para eventualmente disponibilizar mais recursos. É uma conversa que está começando, mas que pode dar frutos interessantes. Hoje não pode garantir que vai ter pré-custeio na mesma magnitude de anos anteriores. A gente quer a mesma coisa de anos anteriores.

SUBVENÇÃO
Os percentuais para subvenção é diversificar o risco, ganhar escala atendendo mais produtores e assim o prêmio vai reduzir. Além disso, a gente fez vários cálculos e sabe que o prêmio que é cobrado é um pouco maior que o real risco daquelas lavouras. A redução da porcentagem de subvenção vem justamente para fazer com que o valor do prêmio caia. A redução vai ser parcialmente, talvez até integralmente em algumas lavouras compensadas com queda no valor do prêmio.

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