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Safrinha de milho de Goiás pode ser menos produtiva

Atraso na segunda safra de milho de Goiás foi provocado pela colheita tardia da sojaA área da segunda safra de milho do sudoeste de Goiás aumentou cerca de 5% em relação a temporada anterior. Mas produtores que plantaram fora da janela ideal estão preocupados com a produtividade. Para completar, o aparecimento de pragas pode aumentar os custos da safrinha.

As lavouras de milho estão com bom desenvolvimento vegetativo, graças às chuvas dos últimos meses. Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Bartolomeu Pereira, os produtores que plantaram dentro da janela já estão com a cultura em fase de florescimento, mas quem teve que adiar o plantio está preocupado. De acordo com Pereira, as médias de chuvas para maio são de cerca de 70 milímetros.

–  Nessas áreas plantadas em março certamente o milho vai florescer em maio. Então ainda é incerto – considera.

Com a demora na colheita da soja, a janela do plantio do milho foi prejudicada. Enquanto o melhor período para plantar estava passando, muitas áreas ainda não estavam liberadas. O agricultor José Roberto Brucceli, por exemplo, colheu 4.500 hectares de soja, mas plantou apenas 3.500 hectares de milho.

E isto porque Brucceli resolveu arriscar e estendeu a janela até o dia 10 de março, mesmo sabendo que a produtividade da safra não ficaria nas 100 sacas por hectare que costuma colher. Para completar, ele planta em área arrendada e vai pagar pelos mil hectares não plantados com milho.

– Você traz um prejuízo financeiro porque essas áreas arrendadas já foram pagas. Colhemos mal nessa região, em torno de 40 sacas por hectare, o que não paga o custo de produção da soja. Ainda vamos ter mais esse prejuízo, não vai ter faturamento nenhum com a safrinha.

O produtor também está preocupado com os custos dos inseticidas que vai ter que usar para acabar com as pragas que estão atingindo a lavoura. Ele conta que o pulgão está atacando o milho.

– É outro custo que eu não pensava em fazer. A gente vai fazer um levantamento pra ver se é preciso fazer um controle. Se for fazer controle agora, tem que ser de avião por causa da altura do milharal.

O engenheiro agrônomo Jean Vilela confirma o aparecimento de pragas nas lavouras da região. Segundo ele, os produtores devem ficar atentos para o aparecimento de mancha branca (mancha-foliar de feosféria) e cercosporiose.

– Nós temos alguns problemas de cercospora, mas o pessoal tem feito as aplicações nas horas certas e o que a gente vem notando é que as lavouras têm se comportado bem, essas aplicações têm segurado a pressão dessas doenças também – informa Vilela.

Edição de Gisele Neuls

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