Saiba como reduzir os custos de produção na pecuária leiteira

O preço reagiu, mas o produtor continua amargando para ter lucro. Se não dá para ganhar mais, técnicos aconselham a fazer pequenas mudanças que podem ter bastante impacto nos gastos

Fonte: Reprodução/Canal Rural

No Rio Grande do Sul, o preço do leite reagiu neste mês, mas o produtor de leite está longe de viver um bom momento. A Expoagro, organizada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), acaba nesta quarta, dia 22. O evento acontece em Rio Pardo e apresentou alternativas para quem quer e precisa economizar. O agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Martin Schmachtenberg, diz que o segredo está em investir em alimentação da boa qualidade.  

“O preço final do leite é o mercado que determina, mas o produtor pode produzir esse leite de uma forma mais barata e com mais qualidade. Pensando em 30 animais, precisa ter de sete a oito hectares agricultáveis para produzir a alimentação necessária para esses animais”, ensina Schmachtenberg. 

Olhar o tamanho da produção na hora de ir às compras também é importante, segundo o agrônomo. “Às vezes, o produtor não precisa ter uma máquina ou uma estrutura daquele tamanho, porque com uma estrutura menor e mais barata, ele poderia ter esse mesmo resultado. Às vezes, um equipamento desse é caro para ficar atendendo apenas uma propriedade”, esclarece.

 

Outras tecnologias

Entre as tecnologias destacadas na feira está um motocultivador que, além de descompactar a terra, faz a capinagem, o plantio e o transporte da colheita.  Paulo Figueiredo, consultor técnico da Husqvarna, empresa especializada em equipamentos para manejo, diz que o custo operacional da máquina chega a ser 10% menor, por dia, do que um funcionário. “Isso já contemplando combustível e valor inicial da máquina. Para uma produtividade média de 500 metros quadrados por hora, eu tenho um consumo inferior a 600 mililitros. É um motor de 4 tempos, 6 horse-power (hps) de potência”, explica.

Produção de mel

A população da Mamangava, uma abelha de cor preta e pesada que faz a polinização da flor do maracujá está diminuindo muito, em função do uso de produtos químicos nas lavouras, afirma o técnico agropecuário Rudinei Pinheiros Medeiros.

Para solucionar o problema, foi criada uma tecnologia que, visualmente, assemelha-se a uma haste flexível (popularizada como cotonete). O recurso, bastante barato, substitui o trabalho do inseto.  “Ano a ano, a gente vê os produtores comentando ‘eu vim aqui nesta feira no ano passado, fiz e consegui produzir maracujá lá em casa’”, conta o especialista. Medeiros garante que sem abelha e sem utilizar a técnica, é certo que o pomar produzirá menos.