Os especialistas que estão preparando o plano de ação do agronegócio, um conjunto de propostas que será encaminhado aos candidatos da Presidência da República na eleição deste ano, alertam que a produtividade e a adoção da tecnologia no campo só fazem sentido se o produtor conseguir comercializar bem seus produtos.
O tema é coordenado pelo especialista em economia rural Ivan Wedekin, que já foi secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e agora é diretor-geral da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM).
Uma das propostas deste grupo trata da criação de mecanismo que diminuam os riscos nos contratos agrícolas. Uma das sugestões é que os contratos de negócios de compra e venda sejam registrados com uso de juízo arbitral, diminuindo os riscos para o produtor – elo mais fraco da cadeia.
A série de reportagens também mostra como os principais títulos no mercado funcionam e o que os especialistas consideram necessário para melhorar este sistema. A comercialização na agricultura brasileira tem ligação direta com o crédito disponível para o setor. Além das linhas do governo, o produtor pode dispor de recursos, através dos títulos do agronegócio, que podem ser adquiridos no mercado de capitais.
LCT (Letra de Crédito do Agronegócio), CDCA (Certificado de Diretores Creditórios do Agronegócio), CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) – estas são algumas das siglas com que o produtor se depara na hora de vender sua produção. Mas, para os especialistas, ainda falta regulamentação para aumentar a segurança e qualidade delas.
A garantia de renda do produtor, através do pagamento do preço mínimo estipulado para cada cultura, também não escapa do radar dos analistas. Segundo eles, esta política nem sempre atende a demanda do produtor rural. Veja como este sistema pode ser aperfeiçoado.
Por fim, são necessárias mudanças que favoreçam a participação dos produtores no mercado de capitais. Para fazer um contrato de opção na bolsa de mercadorias, o produtor precisa pagar um prêmio para a empresa que lançou a opção. O sistema, comum nas negociações comerciais do agronegócio, ainda é restrito a poucos produtores. Nesta reportagem, você vai entender por quê.