Os presidenciáveis começaram a anunciar possíveis ministros para compor o novo governo. Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), não definiu ninguém para a Agricultura, mas disse que já sondou alguns nomes. O candidato Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), por sua vez, declarou que o próximo ministro da pasta será indicado pelo setor produtivo.
Com o avanço das eleições, nomes começaram a ganhar força. O Canal Rural está acompanhando de perto os bastidores e apurou o nome de cinco fortes concorrentes ao cargo.
Na lista, há presidentes de entidades do agronegócio, parlamentares e até o atual ministro da Agricultura. Confira.
Blairo Maggi, ministro da Agricultura
Formado em agronomia, Blairo Maggi chegou a Mato Grosso para plantar soja em Itiquira, no sul do estado. O negócio prosperou e deu origem ao Grupo Amaggi, um dos maiores produtores e exportadores da oleaginosa do Brasil, com negócios em diversas atividades econômicas, incluindo logística de transportes, pecuária e produção de energia elétrica.
Maggi foi governador de Mato Grosso por dois mandatos consecutivos (2003-2007 e 2007-2010) e se elegeu em 2011 para o Senado, com mandato até 2019. Em maio de 2016, licenciou-se do cargo de senador para assumir o Ministério da Agricultura durante o governo Temer.
Enfrentou a crise com o sistema sanitário brasileiro, posto em xeque em função da operação Carne Fraca deflagrada pela Polícia Federal. A ação expôs esquemas de corrupção nos dois principais grupos brasileiros de produtos agropecuários. Também iniciou alguns planos, como o Agro+ de desburocratização, e trouxe ideias para expansão de mercados e fortalecimento da imagem ecológica do Brasil no exterior.
Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR)
Nabhan Garcia está à frente da UDR há mais de 14 anos. Desde 2017, tem sido forte articulador contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou constitucional a cobrança do Funrural. Para ele, isso abriu um leque para o pagamento de uma dívida enorme dos produtores rurais que estavam com o imposto sub judice.
Ele se mostra contrário à Confederação de Agricultura e Pecuária (CNA) e à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Garcia também milita pelo direito à propriedade privada, contra a invasão e demarcação de terras indígenas. Recentemente, envolveu-se em polêmicas com a imprensa ao dizer que é preciso acabar com a indústria da multa por parte dos órgãos ambientais e de que seria absurda a ideia de desmatamento zero.
Luis Carlos Heinze, deputado federal (PP-RS)
Formado em engenharia agronômica, Luis Heinze iniciou os trabalhos profissionais de planejamento e assistência técnica aos produtores rurais em São Borja (RS). Em 1988, fundou a associação dos arrozeiros do município e foi eleito o primeiro presidente da entidade. Um ano depois, foi sócio fundador da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e assumiu o cargo de vice-presidente.
Deputado federal desde 1999, atuou firme no processo do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Também votou pela cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e a favor do prosseguimento das denúncias contra o atual presidente, Michel Temer. O parlamentar também articulou com o governo o programa de incentivo à liquidação de dívidas de produtores rurais que possuem operações do crédito rural inscritas em Dívida Ativa da União (DAU).
Após o Supremo Tribunal Federal tornar constitucional a cobrança do Funrural, participou da criação e aprovação do Programa de Recuperação Tributária Rural (PRR), junto de outros parlamentares do setor agropecuário. No último pleito, Heinze foi eleito para o Senado.
Tereza Cristina, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA)
Engenheira agrônoma, Tereza Cristina está em seu primeiro mandato como deputada federal (DEM-MS). Mudou-se de Mato Grosso do Sul para São Paulo ao fim da graduação e fez carreira como executiva de empresas do setor de alimentos. De volta ao estado do Centro-Oeste, esteve à frente das diretorias de importantes entidades do setor e sindicatos rurais.
Em sua gestão na secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo, entre 2007 a 2014, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu Mato Grosso do Sul como área livre de febre aftosa, promovendo uma economia de mais de R$ 80 milhões anuais para o estado.
Desde fevereiro é presidente da FPA. Foi atuante em temas como a negociação da dívida do Funrural. Quando virou presidente da bancada ruralista, também disse que se dedicaria às discussões acerca do licenciamento ambiental e das questões relacionadas à terras indígenas.
Valdir Colatto, deputado federal (PMDB-SC)
O deputado federal Valdir Colatto é técnico agropecuário e engenheiro agrônomo. Em Santa Catarina, atuou como diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), secretário de Agricultura e secretário de Articulação Nacional, entre outras funções.
Com mais de 20 anos na vida pública, Colatto foi presidente da FPA por duas gestões e é reconhecido como um dos parlamentares mais atuantes do Congresso, especialmente em defesa da agropecuária.
O deputado é autor do projeto de lei que deu origem ao Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651). Também foi relator da comissão especial do projeto de lei que resultou na aprovação da Nova Lei dos Caminhoneiros, em 2015.