A barragem do Rio Preto, no Distrito Federal, está com 6% de sua capacidade. Ali, o ciclo das águas começou em meados de novembro, com 15 dias de atraso, e durou pouco tempo. Outras regiões registraram mais de 30 dias de estiagem no começo do ano.
Voltou a chover com mais intensidade na ultima semana. Mas, mesmo que chova acima da média até o final de março, as pastagem já estão comprometidas. Isso vai aumentar os custos dos pecuaristas e prejudicar o cronograma tanto para quem está terminando os animais a pasto, quanto para aqueles que estão preparando os lotes para colocar em confinamento a partir de maio.
– Os animais estão magros, consequentemente, vão com peso inferior para o confinamento e desta forma vão encarecer o custo, porque vão ter que usar mais alimentos para acabá-los. Isso vai se traduzir em aumentos de custos e menos lucro ao produtor, se o preço não subir muito – diz o engenheiro agrônomo Cláudio Malinski
Ele explica que, com a falta de chuvas, a pastagem não se desenvolveu e agora vai parar de renovar as folhas para produzir sementes.
– As folhas que estão no pasto já são comprometidas, porque os minerais migram para as sementes e consequentemente todo sistema pecuário é comprometido, tanto carne como leite – afirma.
O pecuarista Newton Diniz, que vende 600 bezerros por ano, fez investimentos para reformar um piquete de 40 hectares em Cristalina (GO). Segundo ele, teve prejuízo de R$ 300 por hectare, pois as sementes de pastagem não germinaram, por falta de chuvas.
– Como o período de chuva não recuperou a seca de 2014 em 2015, a gente tem que procurar alternativas para suprir a alimentação do rebanho, suplementar esta pastagem que não veio – afirma Diniz.