Os produtores rurais do Distrito Federal deixaram de ganhar em 2017 cerca de R$ 600 milhões devido à falta de água, segundo a Secretaria de Agricultura do estado.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do DF, cerca de 30% da produção agrícola na região deixou de ser efetivada. A área de produção foi reduzida e as principais culturas atingidas com a crise hídrica foram hortaliças, frutas e grãos.
“A bacia do Rio Preto, que concentra a grande maioria dos pivôs central aqui no Distrito Federal, possui uma quantidade considerável de feijão e agricultura de inverno. Essas culturas tiveram uma grande penalização com a falta de água”, explicou o vice-presidente da entidade, Fernando Ribeiro.
Alguns produtores rurais tiveram, inclusive, que abrir mão da plantação por causa do racionamento de água imposto à população. “Nossos rios baixaram bem os níveis, a nossa barragem baixou e nós estamos sem chuvas há três anos”, disse o produtor rural Vilson Thomas.
Com o fim da seca, os reservatórios de água tem aumentado devido ao período de chuva. O governo do Distrito Federal afirmou que vai manter o racionamento de água, mas construindo reservas para aumentar a produtividade.
“Temos que esperar e nos preparamos com medidas como o crédito específico com taxa de juros zero, 30% de rebate no capital acessado ou tomado como empréstimo para o agricultor substituir esse sistemas de irrigação convencional para sistemas de irrigação que poupam água”, explicou o secretário de Agricultura do estado, Argileu Martins.
Segundo ele, estas são medidas de adaptação para entender se o momento é apenas um ciclo de menor quantidade de chuva ou se, de fato, é um fator de mudança climática.