Faz cinco meses que não chove de forma significativa no cinturão verde de São Paulo e as hortaliças estão sentindo os efeitos da seca. O calor, por outro lado, tem aumentado a chance de doenças e pragas, deixando a manutenção ainda mais cara e preocupando os produtores na questão de rentabilidade.
De acordo com o produtor Evandro Frigeri, o frio é o ideal para as plantas. “No calor, ela sofre com doenças e fica estressada. Sofre muito mais com a temperatura e necessita de cuidados toda semana”, disse.
A plantação de alface de Evandro fica em Paulínia, no interior de São Paulo. Para manter os 12 hectares plantados, a alternativa encontrada por ele foi a de irrigar a área. “Com isso, conseguimos diminuir de 40% a 50% os danos e a qualidade é muito melhor”, disse.
A situação, no entanto, acaba onerando um pouco mais o produtor. Se para o consumidor comprar alface está mais em conta, para o produtor a conta não está fechando. “O alface está em torno de R$ 8 a R$ 10 a dúzia, mas o custo está mais alto ainda”, disse o produtor.
O calor ainda intensifica o surgimento de pragas como a vira-cabeça. Ela é causada por um vírus transmitido pelo inseto tripes, que deixa as folhas amareladas e com parte da planta distorcida, interrompendo o crescimento e causando prejuízos.
“Tem que ficar de olho todo dia. Você está fazendo a irrigação e passa de um lado para o outro, sempre procurando alguma coisa e isso demanda mais mão de obra e insumos.Tudo está subindo com o passar do tempo, mas nossa mercadoria não sobre há pelo menos quatro anos”, lamentou o produtor rural.