Agronegócio

Segurança e infraestrutura são demandas dos produtores do Sudeste neste eleição

Representantes do agronegócio de São Paulo e Minas Gerais, principais produtores da região, têm reivindicações semelhantes aos gestores que serão eleitos no próximo domingo

São Paulo e Minas Gerais têm reivindicações semelhantes aos gestores que deverão se eleger no próximo domingo, 15. As demandas do agronegócio nos dois principais estados produtores do Sudeste recaem, sobretudo, em segurança no campo e melhor infraestrutura.

Os mineiros são responsáveis por 70% da produção nacional do café arábica no Brasil. E o município de Patrocínio lidera o ranking nacional para o grão, cujo valor de produção corresponde a quase R$ 390 milhões.

Minas Gerais é também é o principal produtor de soja da região e o sexto maior do país. São mais 6 milhões de toneladas, representando 46,5% do valor de produção do estado.

“Precisamos de estradas, e de que os legisladores não dificultem, colocando impostos sobre os ombros de quem produz”, diz o presidente da Aprosoja-MG, Wesley de Freitas

Além de café e soja, Minas se destaca no milho, na produção de leite e na pecuária. Uberaba, por exemplo, é uma referência mundial do melhoramento genético de zebuínos, que respondem por 80% do rebanho bovino nacional.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Fabiano França, o produtor brasileiro é o grande responsável pela preservação ambiental do país, e deveria ser mais valorizado por isso. “Eu acho que as grandes metrópoles e a política brasileira teriam que valorizar essa tamanha importância, fazendo com que com pouca área do território nacional abasteça o mundo”, diz ele.

São Paulo

Até 2017, São Paulo era o estado com o maior valor de produção agropecuária do país, até perder a liderança para Mato Grosso. É um estado muito forte na produção de cana-de-açúcar, café, milho, soja e citros.

Na cultura da laranja, São Paulo é responsável por 65% da produção nacional. Mas, no ano passado, 30% da colheita da fruta foi perdida por falta de água nas lavouras.

“O que a gente gostaria de pedir às autoridades é que elas cuidem melhor dos rios, dos afluentes, das nascentes, de todas as fontes de água que a gente tem da melhor forma possível, porque isso afeta o produtor rural”, afirma o produtor Eduardo Boteon, do município paulista de Aguaí.

Na cana, a participação de São Paulo corresponde a 40% da safra nacional. O município de Morro Agudo é o maior produtor da cultura em todo o Brasil. Mesmo assim, padece com a falta de segurança e de infraestrutura no campo.

O presidente do sindicato rural de Morro Agudo, Alexandre Volpon acredita que haveria uma melhora significativa na segurança no campo no município com a obtenção de uma patrulha rural efetiva e também a melhoria na manutenção das estradas vicinais.

A segurança nas propriedades é também preocupação dos produtores paulistas de soja. Para o presidente da Aprosoja-SP, Gustavo Chavaglia, é preciso que sejam criadas nos municípios equipes de patrulhamento no campo, para dar mais atenção às fazendas e às saídas das cidades.

Pecuária

A pecuária paulista responde por quase 12% do valor de produção nacional do setor. Mas quem produz no estado reclama de prejuízos causados por furtos e roubos de gado.

“O que a gente espera das nossas autoridades é que eles melhorem as rondas no campo, evitando assim os furtos de animais e de máquinas agrícolas”, queixa-se o pecuarista Haim Farha, de Piratininga (SP).