Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Agronegócio

Senado vai realizar audiências públicas sobre projeto de lei do licenciamento ambiental

Enquanto isso, produtores rurais aguardam a simplificação do licenciamento para resolver problemas antigos de infraestrutura

O Senado irá realizar audiências públicas sobre o projeto de lei que muda as regras do licenciamento ambiental. A matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados em maio e o próximo passo na tramitação seria a votação da proposta pelos senadores em plenário, no entanto, com as audiências públicas, essa etapa deve demorar mais pra acontecer.  Enquanto isso, produtores rurais aguardam a simplificação do licenciamento.

Em Mato Grosso, a situação da estrada MT-322 não é novidade pra quem produz na região Norte Araguaia e Xingu: barro, instabilidade e até atolamento de veículos. A obra de pavimentação asfáltica, que permitiria um melhor escoamento da produção, está parada e, além de demandar aprovação de órgãos de proteção, é preciso licenciamento ambiental.

O presidente do sindicato rural de São José do Xingu, Fernando Tulha, diz que essa burocracia atrapalha o desenvolvimento da região.  “Até então seria um projeto bem simples, pois nós entraríamos com o projeto e o estado faria a pavimentação asfáltica. Ocorre que existe legalmente a necessidade de estudos complexos, estudos ambientais indigenistas, antropológicos e arqueológico, estudos estes que travam todo este projeto. Se fosse para abrir uma estrada no meio da mata justificaria todo este estudo, mas não é o caso, já que é uma estrada que já está estabelecida e consolidada na região”, explicou.

A pecuarista Carmen Bruder entende bem dos custos altos para estudos ambientais. Produtora em Cocalinho (MT), ela conta que, um ano depois de receber o licenciamento ambiental da propriedade, foi surpreendida com uma multa. “Vem a inspeção aqui, olha, diz que está tudo ok com a reserva. Um ano depois, fomos surpreendidos com uma multa sem o devido processo legal, sem notificação – porque os fazendeiros têm que ser notificados da multa, para se defenderem para depois isso virar ou não multa. Depois de um ano da visita, recebemos uma notificação junto com a multa, junto com o embargo de área porque durante um ano o satélite estava nublado, com nuvens na frente do satélite”, reclama.

Uma solução para estes conflitos envolvendo o licenciamento ambiental foi apontada pelo poder Legislativo. Um projeto de lei, já aprovado pela Câmara dos Deputados em maio e enviado ao Senado, pretende criar o Marco Legal do Licenciamento Ambiental. Nele,  as regras existentes são unificadas e simplificadas.

“O setor agropecuário terá, como demais setores econômicos, diversas vantagens em relação a ter um marco legal do licenciamento. O primeiro é que nós teremos a infraestrutura, que é aquilo que deixa caro para o produtor. Um dos fretes mais caros do mundo onera o produtor em até 30% de sua produção ou até mais, dependendo da região, só nos custos de logística. Ele vai ter energia, porque o licenciamento da energia elétrica também demora anos em diversas regiões para a construção de linhas de transmissão. Vai também evitar longos e tortuosos processos de licenciamento ambiental para qualquer tipo de atividade em qualquer dimensão”, explicou o assessor técnico sênior da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Rodrigo Justus.

No entanto, os senadores ainda devem demorar a votar o projeto de lei. Esta semana, a Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou a realização de audiências públicas sobre o tema., mas ainda existe a tentativa de evitar que o projeto seja analisado logo em plenário.

“Eu, inclusive, estive pessoalmente com o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, e discuti com ele – ainda não obtive a resposta definitiva – que esse projeto pudesse ter, mesmo que no sistema semipresencial, a tramitação efetiva para a designação de relator na Comissão de Meio Ambiente”, disse o presidente da Comissão do Meio Ambiente no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA).

Wagner alega que, se a matéria for levada  diretamente ao plenário, o tempo seria muito curto e equívocos poderiam ser cometidos.

Sair da versão mobile