A câmara setorial da borracha protocolou um pedido em Brasília para aumentar o imposto sobre importação de 4% para 35%, alegando que a falta de políticas ao setor prejudica o desenvolvimento da atividade no país.
O Brasil importa 70% da borracha necessária. Nos últimos dez anos, a produtividade da borracha nacional aumentou 2,5 vezes e a área plantada cresceu cinco vezes. Mas o seringal demora sete anos para começar a produzir e 14 anos para recuperar o investimento.
De acordo com o presidente da Associação dos Heveicultores do Estado de Mato Grosso (AHEVEA-MT), Ricardo Camargo, metade da área de 40 mil hectares de seringais no estado foi abandonada por falta de políticas de longo prazo. “Quinze anos que não tem política focada para os seringais e os produtores. Sem seringueiros, sem os produtores, os sangradores, nós não estaríamos aqui na câmara setorial da borracha”, disse.
Em 2014, quando os preços da borracha caíram abaixo de R$ 2 o setor sobreviveu porque acionou a garantia de preço mínimo do governo. Agora, foi a alta do dólar que ajudou a recuperar 30% nos preços.
“Se não fosse a alta do dólar, em função da queda no preço internacional a gente teria os seringais parados”, afirmou o diretor executivo da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), Heiko Rossmann.
Segundo ele, as perspectivas para o setor não são boas. “No cenário internacional, ainda se espera preço deprimido pelo elevado estoque internacional, em função retração de consumo na China, em função consumo ainda não positivo nos Estados Unidos e na Europa. Este cenário pressiona o preço para baixo este cenário para os próximos dois ou três anos”, afirmou.