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Agricultura

Setor produtivo mostra preocupação com oferta de fertilizantes durante Farm Show MT

Evento que acontece em Primavera do Leste (MT) terá recorde no número de expositores neste ano 

Com número 30% maior de expositores, começou nesta terça-feira (15) e vai até o próximo sábado em Primavera do Leste (MT), a sexta edição da Farm Show MT. em ano de apreensão com os custos e a disponibilidade de insumos para a próxima safra, a feira tornou-se um local ainda mais estratégico para a que as revendas aproximem-se dos agricultores e realizem negócios.

As empresas de insumos estão no foco do setor produtivo. O desafio é garantir as compras para o plantio da safra 2022/23.

“Não só pelo preço, mas pela falta de produto. Hoje se você for ao mercado comprar esse fertilizante vai estar pagando mais caro, e a empresa não está garantindo a quantia total que você precisa”, destaca o presidente do sindicato rural de Primavera do Leste, Marcos Bravin.

Preocupados com o risco de cancelamentos de contratos por falta de produto, alguns agricultores estudam outras estratégias como opção para suprir a fertilidade do solo da próxima safra de soja. É o caso do produtor Ademir Picinin, que mesmo depois de adquirir 100% dos insumos para o cultivo da área de pouco mais de 2 mil hectares, ainda está inseguro com as entregas.

“O produtor não tem certeza se o produto que comprou será entregue. Isso deixa a gente bastante apreensivo. Como plano “B” no caso desses fertilizantes que não chegam a tempo, o ideal é usar a reserva do solo, colocar só a manutenção mesmo”, aconselha o produtor rural.

Com os agricultores apreensivos, os estandes das revendas de fertilizantes ficaram movimentados no primeiro dia da Farm Show MT.

“Eu conversei com um diretor de uma empresa que há 40 anos mexe com adubo, e ele me disse que nunca passou uma situação igual a do ano passado e a desse ano, onde está cada vez mais difícil mexer com fertilizantes e devido essa guerra, piorou a situação”, pontua Marcos Bravin,

Para tentar tranquilizar os clientes quanto ao fornecimento do insumo, além da cautela na hora das vendas, a Ihara apostou na construção de centros regionais de distribuição dos produtos em localizações estratégicas.

“Construímos um centro de distribuição próprio, com capacidade de produzir cerca de dois milhões de litros, e estamos finalizando outras duas estruturas. Isso dá uma tranquilidade que o produto vai estar perto do local de utilização. A gente vive da agricultura e da produção, então o produtor precisa estar colhendo bem, produzindo bem, com tecnologia e uma boa rentabilidade”, diz o gerente regional da Ihara, Roberto Júnior.

Já a Glinfert Fertilizantes, que tem como principais fornecedores países europeus, já trabalha a possibilidade de negociar com novos parceiros para garantir as entregas e tentar melhorar os preços dos produtos ao consumidor.

“Estamos tentando melhorar os negócios para aumentar a demanda e não afetar diretamente o produtor, diminuindo os nossos custos no máximo que puder. Com a demanda que a gente tem conseguir atender os nossos clientes sem impacto  nenhum”, ressalta o gerente do departamento comercial da Glinfert, Volnei de Morais.

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