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A separação das variedades de trigo desde o plantio até a armazenagem é a estratégia que o Rio Grande do Sul quer adotar para retomar a qualidade. A segregação é apontada hoje pelos representantes da cadeia como um fator que pode aumentar a liquidez do trigo e estimular o plantio, que vem decaindo nas últimas safras.
Para o coordenador da câmara setorial de trigo da secretaria de Agricultura gaúcha, Altair Hommerding, a intenção é atender de forma mais eficiente ao que os moinhos buscam e conseguir, dessa forma, melhores preços. “No decorrer dos anos, acredito que não será necessário importar, se a gente produzir trigo com a qualidade que a indústria quer”, disse.
A segregação será feita em cinco grupos, formatados de acordo com as indicações de qualidade de cada material e as informações repassadas pelos moinhos. De acordo com o gerente comercial da Biotrigo, Lorenzo Viecili, as categorias são pão branqueador, com farinhas mais claras; pão trigo de farinha normal, com cores regulares; pão com farinhas mais escuras; grupo doméstico; e grupo biscoitos.
A indicação é que as cerealistas e cooperativas recebam apenas o tipo de trigo que a indústria da região precisa. Para o presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), Vicente Barbiero, a segregação mais importante deve ser feita na lavoura, o que requer tecnologia. “Deve-se selecionar duas ou três cultivares que possam ser armazenadas juntas, sem perder a qualidade de origem”.
A nova orientação deve mudar a forma de planejamento da safra pelo produtor. Com a segregação, o triticultor vai saber o que plantar e onde entregar, afirma o presidente da comissão de grãos do Sindicato Rural de Passo Fundo, Júlio Susin.