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Sigatoka: veja como evitar surgimento do fungo em bananeiras

Uma técnica mecânica e vistorias semanais evitam a proliferação sem o uso de produtos químicos

Fonte: Pixabay

Produtores de banana do interior de são paulo estão preocupados com a chegada de um fungo que destrói a planta e se espalha rapidamente. A primeira medida tomada foi o monitoramento, que tem servido como única forma de prevenção contra a sigatoka-negra ou amarela.

Produtor de banana nanica no interior paulista, Nivaldo Golghetto tem cerca de 100 hectares com bananeiras em plena produção, mas a maioria delas está com os cachos protegidos por sacos plásticos.

“Fazemos a proteção para que o fruto não seja danificado por insetos. Para que nenhuma folha ou até um pássaro possam ter acesso a esse cacho. Com essa ação mecânica, usamos ainda um material que tende a aumentar a temperatura dentro do cacho, fazendo com que a fruta fique com um aspecto mais bonito e, no verão, usamos um material com proteção ultravioleta para que os raios solares não danifiquem o fruto”, disse o produtor.

A técnica se chama ensacolamento, mas não garante sozinha que a banana tenha boa qualidade, já que a planta fica exposta a vários fatores de risco. A sigatoka é imperceptível em um primeiro momento, mas quando começa a se manifestar costuma causar estragos, já que se espalha pelo vento e afeta as folhas, impedindo o crescimento das frutas.

“Os dois tipos causam o mesmo dano, que é a necrose das folhas, impossibilitando qualquer atividade da planta com relação à fotossíntese, que é o que vai propiciar o preenchimento do fruto. Então, se tivermos a perda das folhas, não teremos a produção comercial”, disse o agrônomo Roberto Kobori.

A sigatoka-negra também é conhecida por ser muito mais danosa do que a amarela por causa da transmissão rápida. Segundo o agrônomo, ela produz muito mais esporos, causando mais danos em um intervalo de tempo menor.

O manejo correto e os tratos culturais são fundamentais para evitar que estes fungos afetem os pomares. Juntos, eles atenuam a utilização do controle químico, preservando a sanidade da bananeira, garantindo um produto final de qualidade.

Com isso em mente, Nivaldo faz toda a semana uma vistoria junto com o agrônomo para verificar o possível surgimento do fungo em sua produção. “Nós observamos o crescimento da doença e da planta. Aliado à estação climática, determinamos ou não o controle em um sistema chamado de pré-aviso biológico.

Ameaça ainda maior

Mesmo com tantos cuidados, os agricultores ainda ficam com receio porque a produção que vem de outros países para o Brasil pode ter sementes de um fungo com um potencial destrutivo ainda irreversível, o chamado fungo raça 4 do Mal de Panamá, que ainda não foi registrado no Brasil.

“Nós temos na região a presença da raça 2, que ataca as bananeiras do grupo prata, mas que convivemos pacificamente com um bom manejo. Com uma boa condução da cultura você consegue ainda uma produção comercial rentável, mas da mesma forma que tem a sigatoka-amarela e a negra com muito mais virulência, a raça 4 também atinge outras variedades como do grupo nanica, ou seja, nós não temos ainda nenhuma variedade ou nenhuma condição de uma planta resistente a essa raça 4”, disse Kobori.

Para o produtor rural, a única saída é a prevenção. “Nós temos que contar com um controle muito forte, forçando ou criando barreiras impeditivas para qualquer material, pessoas, ou pior ainda, impedindo a produção de regiões que tenha esse mal”, concluiu.

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