De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram cultivados 185 mil hectares de sorgo em Minas Gerais na safra 2016/2017, alta de 7% em comparação com a temporada passada.
A produtividade na região do Triângulo Mineiro, responsável por 50% da área, dobrou na safra atual, atingindo a marca de 60 sacas por hectare. Diante do bom rendimento das lavouras, a produção total do estado chegou a 670 mil toneladas, crescimento de 92% em relação ao ciclo anterior.
Entre os fatores que explicam o crescimento da cultura está a resistência à falta de água e altas temperaturas e menor incidência de pragas. “Destaco que não é, necessariamente, a melhor opção, mas é uma das estratégias, porque em períodos mais secos a incidência de pragas e doenças é menor”, explica o engenheiro agrícola Francisco Henrique Silva.
Para o produtor rural Dalmo Alves de Souza, a produção foi beneficiada pela chuva no momento de desenvolvimento da cultura e granação. “E está melhor porque nós temos mercadoria para vender, já que no ano passado nós tínhamos preço, mas não tínhamos mercadoria”, diz Souza.
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Souza plantou 250 hectares do grão na fazenda localizada em Tupaciguara (MG), e está animado com os resultados. “Nós travamos a R$ 15 a saca de 60 quilos e a nossa produção vai ficar na média de 75 sacos por hectare e isso fecha bem as contas”, conta Souza.
As vantagens do sorgo também favorecem os pecuaristas. O grão tem preço menor em relação ao milho, mas o valor energético é parecido, o que estimula o uso do produto na dieta animal.
“Em termos de valor energético é bastante similar. Em relação à proteína, o sorgo apresenta 7% a menos comparado ao milho. Outra vantagem é que o preço do sorgo é balizado pelo preço do milho, então, isso é um atrativo para as empresas de ração, que conseguem comprar o sorgo em média 20% mais barato e com uma qualidade nutricional similar”, afirma Silva.
