A votação do projeto de lei que proíbe o transporte marítimo e fluvial de animais vivos em São Paulo, que estava marcada para esta terça-feira, dia 3, foi adiada para quarta, dia 4. A sessão no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que deveria começar às 16h30, foi suspensa em razão da morte do ex-deputado estadual Wagner Lino (PT), ocorrida na última segunda, dia 2. A praxe na Alesp, em casos como esse, é a de suspender a agenda do dia.
O autor do projeto de lei, deputado Feliciano Filho (PRP), está otimista e acredita em sua aprovação. Segundo ele, além de combater os maus tratos aos animais, a proibição dos embarques tem como objetivo preservar o interesse de alguns setores econômicos.
Se passar na Assembleia Legislativa, o texto deverá ser sancionado pelo governador Márcio França, que já se manifestou a favor do projeto nas redes sociais.
O vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Pedro de Camargo Neto, esteve na Alesp para acompanhar a votação. “Cerca de 400 pessoas vieram à assembleia para mostrar a preocupação do segmento de proteína animal. Alguns faziam parte de entidades que já tinham a presença confirmada e outros vieram sem que nós soubéssemos”, contou o executivo.
Segundo Camargo, o principal interlocutor dos pecuaristas é o presidente da Comissão de Agricultura da Alesp, deputado Itamar Borges (MDB). “Foi o primeiro parlamentar a mostrar preocupação e, na semana passada, nos ajudou nos diálogos”, disse. Sobre o adiamento da votação, afirmou que os que puderem comparecer “darão continuidade à mobilização”.
Na segunda, a SRB convocou entidades do setor na tentativa de barrar a proposta. Estavam confirmadas a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (ABEG), Associação de Criadores do Pará (Acripara), Sociedade Rural de Maringá (SRM), Sociedade Rural do Paraná (SRP), Associação Goiana dos Produtores do Novilho Precoce, Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abreav), Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Novilho Precoce, Beef Radar, Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Grupo Pecuária Brasil (GPB) e Scot Consultoria.
Sobre a morte do parlamentar, o PT informou, em nota, que Lino foi deputado estadual em São Paulo por dois mandatos e vereador em São Bernardo do Campo por quatro legislaturas. Faleceu na última segunda-feira vítima de câncer.