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Super safra faz preço da soja despencar nos EUA

Nos últimos quatro anos, valor do grão caiu quase 50% na Bolsa de Chicago

Mais uma super safra de soja nos Estados Unidos fez o preço da commodity despencar no mercado internacional. Nos últimos quatro anos, a queda no preço do grão na Bolsa de Chicago foi de quase 50%. O último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, estima que o país vai fechar 2015 com produção de 108 milhões de toneladas de soja. Previsão apontada mais uma vez como fator determinante para a recente queda no valor pago pelo bushel.

“Desde que se confirmou uma safra do ano passado, ele vem caindo. Ficou nos US$ 10 e consolidou essa queda, com os Estados Unidos repetindo a expansão da área de soja e o Brasil e a Argentina colhendo e enchendo o mercado de oferta grande. De lá pra cá, a soja não consegue mais romper US$ 9 por bushel”, diz Aedson Pereira, analista da Informa Economics.

Para o analista de mercado Daniel Dias, hoje os Estados Unidos trabalham com oito milhões de estoques de toneladas. É uma mudança muito plausível, você sair de dois milhões e meio e ir pra oito. “Já dá 45 dias de relação estoque/consumo garantidos dentro do país”, diz.

Os EUA produzem mais da metade da demanda mundial de soja. E, apesar da confirmação de mais uma safra recorde e desaceleração do crescimento na China, maior importador mundial do grão, Dias acredita que o consumo mundial em 2016 vai continuar crescente, mas com poucas chances de elevação dos preços na bolsa americana.

“Nada indica que os preços internacionais vão subir como há três, quatro anos. É muito provável que eles se mantenham nessa oscilação de hoje, entre US$ 8, US$ 9 por bushel. A taxa de câmbio é uma incógnita, mas tudo indica uma grande oscilação”, diz Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove

O clima favorável na maior parte do Brasil contribui para um plantio de soja sem grandes problemas e com boa perspectiva de produtividade. Além disso, o dólar valorizado favorece a exportação e virou um termômetro para a negociação com os principais importadores brasileiros.

Para Daniel Dias, o produtor tem que aproveitar que o dólar num momento de firmeza consiga validar uma situação favorável de preços e ele tem que aproveitar essas oportunidades. Já Aedson diz que as tradings também veem aí uma oportunidade de firmar operações junto ao mercado externo. “Existe uma demanda interna muito presente. Então tem que aproveitar.”

Mas o produtor brasileiro precisa reduzir gastos, já que a alta do custo de produção está ligada diretamente a desvalorização do real. “O adubo subiu em média 68%, os preços dos combustíveis, 25%, alguns defensivos foram reajustados em 25%, 30%. O produtor ele está pagando mais pra compor o pacote tecnológico dele.”

Segundo Daniel Furlan, o produtor tem de ser o mais conservador possível. Tem que olhar a questão dos custos com o maior cuidado, evitando qualquer tipo de exposição desnecessária ao mercado. “A gente pode ter no ano que vem um ano de bastante oscilação cambial, e isso vai se refletir nos custos”, conclui.

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