No Plano Safra 2014/2015, o governo destinou R$ 3,5 bilhões para a revitalização do Moderfrota, com vigência até 31 de dezembro do ano passado. Mas, de acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão, ninguém havia pego essa linha de financiamento até o final do ano – motivo pelo qual ela foi prorrogada até junho deste ano.
Em janeiro a linha de crédito foi equalizada, disponibilizando R$ 1,7 bilhão com taxa de juros de 4,5% ao ano. Na abertura da Expodireto nesta semana, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que a taxa para este montante está garantida até junho no patamar de 4,5%. Mas a estimativa do setor é que esse recurso já tenha sido utilizado.
Nesta sexta, dia 13, o presidente da Expodireto, Nei Mânica, afirmou que o governo federal deve liberar o restante dos recursos anunciados no plano safra passado para o Moderfrota. O montante de R$ 1,8 bilhão, no entanto, terá a taxa de juros reajustada. De acordo com Mânica, a informação foi dada a ele pela própria ministra Kátia Abreu.
Mânica não informou qual será a nova taxa, que deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira. Fontes do Canal Rural acreditam que essa nova tava pode chegar a 8,5%.
Revitalizado, mas pouco atraente
No ano passado, o governo federal prometeu revitalizar o Moderfrota, reduzindo a taxa de juros do programa de 5,5% para 4,5% e voltando a financiar a aquisição de máquinas agrícolas novas. Além da redução na taxa de juros, o programa teve aumento nos limites de crédito. Mesmo assim, as condições eram menos atraentes que as do Programa de Sustentação de Investimento (PSI). Enquanto o Moderfrota tem prazo máximo de oito anos, o PSI oferece dez anos de prazo.
Condições
O objetivo do Moderfrota é financiar a aquisição, individual ou coletiva, de tratores, colheitadeiras, plataformas de corte, pulverizadores, plantadeiras, semeadoras e outros equipamentos agrícolas. O recurso é disponível para produtores rurais (pessoas físicas ou jurídicas) e cooperativas. É possível financiar tanto itens novos como usados.
A carência é de até oito anos para itens novos e até quatro anos para usados. O limite de financiamento é de até R$ 40 mil na aquisição de equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café. Para os demais itens não há limite.
Apuração de Karen Couto e Maria Braga; edição de Gisele Neuls