O impeachment da presidente Dilma Rousseff e a crise política e econômica pela qual passa o país foram os principais temas do primeiro dia da Tecnoshow Comigo. A 15ª edição da feira, que acontece em Rio Verde, Goiás, começou nesta segunda-feira, dia 11, com expectativa de bons negócios. A expectativa é que 100 mil pessoas passem pela feira até o fim da semana. Essas pessoas são atraídas por informação e tecnologia para o campo, apresentadas por 540 expositores.
“As novas tecnologias estão aí, e o produtor só vai investir naquilo que fizer diferença na lavoura. As instituições bancárias prometeram disponibilizar recursos”, diz Antônio Chavaglia, presidente da Tecnoshow Comigo.
O produtor Genésio Antônio Müller saiu de Brasília para ir ao evento pela primeira vez. Diz que, se conseguir financiamento bancário, vai fechar negócio: “Nós tivemos dificuldade na colheita. Caiu de 30% a 40%. Então o capital de giro ficou menor”. Se fechar uma compra, ele vai ajudar a movimentar o R$ 1 bilhão estimado pela organização da feira. Isso, apesar da crise política e econômica que o país vive.
Nos discursos durante a cerimônia de abertura, as principais cobranças foram de um seguro rural mais eficiente e uma lei agrícola que dê previsibilidade e segurança ao produtor rural. Sem nenhum representante no evento, o governo federal foi o principal alvo dos discursos, com fortes críticas à presidente Dilma e manifestações de apoio ao impeachment.
A recente decisão do Tribunal de Contas da União de suspender o processo de reforma agrária por causa de irregularidades em 578 mil contratos também foi destacada.
José Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reforçou o posicionamento da CNA sobre o impeachment. Principalmente após o episódio do pronunciamento de representante da Contag, dentro do Palácio do Planalto, durante uma cerimônia com a presença da presidente Dilma Rousseff, incentivando as invasões de terras.
“Nós somos produtores rurais e queremos ordem no nosso negócio e no país. O representante da Contag estimular a invasão de propriedades e prédios públicos na frente da presidente? Isso é muito sério”, diz Chavaglia.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) faz coro: “Não é hora de ser morno. É hora de tomar uma posição. Não podemos perder a capacidade de nos indignar. Ou vamos andar de carona na garupa de gente que invade terra e promove a desordem”.