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Rural Notícias

'Teremos um Plano Safra chocho este ano', diz especialista em crédito rural

Ademiro Vian avalia que o planto será feito em cima da hora e sem muita margem para inovar; confira a entrevista

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira, 10, projetos de lei do Congresso (PLNs) que recompõem o Orçamento Geral da União. Entre eles, o que abre abre crédito suplementar de R$ 19,8 bilhões em favor dos ministérios da Economia e da Cidadania – nesse valor, estão previstos R$ 3,68 bilhões para subvenção do crédito rural.

Dentro do segmento chamado “Agricultura Sustentável”, o governo prevê R$ 1,35 bilhão para subvenção ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); R$ 550 milhões para subvenção de operações de custeio agropecuário; R$ 25,4 milhões para aquisições do governo federal e na formação de estoques reguladores e estratégicos; R$ 1,66 bilhão para subvenção de operações de investimento rural e agroindustrial; e R$ 97,86 milhões para operações decorrentes do alongamento de dívidas originárias de crédito rural.

Para o Plano Safra 2021/2022, na opinião do especialista em crédito rural e diretor da Seges Agronegócio, Ademiro Vian, houve muito atraso, o que pode comprometer os programas. “Ficou tudo atrasado e está indo tudo na busca de uma intermediária para poder ‘tocar a vida’. Está atrasado e será bem chocho. Não teremos novidades no Plano Safra”, disse.

Com a alta na taxa básica de juros, a expectativa é de que os juros para o Pronaf também suba. “O orçamento hoje no ministério é R$ 11,5 bilhões. A ministra busca chegar aos R$ 15 bi para chegar ao mesmo valor do ano safra atual, mas com o cenário de Selic em alta, o custo do dinheiro para o governo sobe e não haverá outra alternativa a não ser subir os juros, mas devem ocorrer alterações de acordo com os programas, de maneira individualizada”.

Sobre utilizar os bancos privados como alternativa, Vian disse acreditar que não teremos tantas ofertas assim por essa via. “O banco privado gosta do agronegócio prime e aqui estamos falando do pequeno e médio produtor. O banco privado gosta de exportação, não de trabalhar com pessoa física”, concluiu.

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