O tomate é um dos alimentos que mais demandam a utilização de defensivos no cultivo, mas um sistema alternativo, conhecido como Tomatec, foi desenvolvido pela Embrapa Solos com o objetivo de reduzir pela metade o uso de agroquímicos. Nossa equipe de reportagem foi até o interior de São Paulo para conhecer como funciona a técnica.
Diferente do que acontece no cultivo tradicional, no sistema Tomatec os ramos são amarrados à estruturas de madeira para ficarem eretos e facilitar o manejo. “Em comparação ao convencional, é usado o tutoramento com taquara em X. Então, como você tem duas plantas, uma de frente com a outra, nesse meio acaba favorecendo as doenças e não consegue ter uma aplicação tão eficiente como a que se pode ter aqui”, disse a engenheira agrônoma Beatriz Alvez.
As mudas são trazidas de viveiros e colocadas em vasos com substrato de compostagem orgânica, o que evita que o tomate tenha contato com fungos e doenças. O pomar é irrigado pelo sistema semi-hidropônico, com fertirrigação por gotejamento e compensação, que garante que todas as plantas recebam a mesma quantidade de água e adubo.
Segundo Beatriz, as vantagens do sistema resultam em um melhor aproveitamento da água, que vai direto para a planta. No sistema tradicional, a água cairia nas folhas e não seria tão eficaz.
No sistema Tomatec, no entanto, as flores são protegidas com sacos brancos que evitam com que os frutos tenham contato com defensivos e também com insetos, o que deixa o produto mais natural e reduz o custo de produção.
Economia
Pensando em gastar menos com defensivos, o produtor Paulo Mota decidiu implantar o sistema em sua propriedade no interior de São Paulo. Ele conta que o custo de produção é de cerca de R$ 5 por planta, enquanto, no sistema convencional , o valor ficaria entre R$ 8 e R$ 10.
“No convencional, eles pulverizam a cada dois dias. No nosso sistema, fazemos isso de 15 em 15 dias e, às vezes, de 20 em 20 dias, o que significa uma redução muito grande”, falou Mota.
O produtor garante que a qualidade do produto também é maior, o que acaba influenciando no preço. Ele recebe R$ 5 por quilo de tomate, o que significa quase o dobro do produto convencional. ”Devido a essa qualidade, o preço acaba se mantendo e não tem a oscilação de preço com cotações”, completou.