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MG: Tragédia obriga produtor a descartar leite

Pecuaristas da região de Mariana não conseguem fazer a entrega aos laticínios

Fonte: Henrique Bighetti/Canal Rural

Na região de Mariana, Minas Gerais, muitas fazendas atingidas pela lama gerada pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco continuam isoladas. Muitos produtores não conseguem entregar o leite aos laticínios, e a produção tem sido descartada.

Um desses produtores é José Celestino de Jesus. Na fazenda em que ele morava, não restou quase nada. A plantação de banana e a pastagem do gado foram soterradas. As estradas estão bloqueadas pelo barro. O único jeito de ter acesso ao local é a pé. “É triste demais você ver um trem desses. Se você parar e pensar, não dorme”, diz Jesus.

O produtor conseguiu salvar o gado, que, na hora do acidente de quinta-feira passada, estava no pasto ao lado, na parte mais alta da fazenda. Desde a sexta, ele tem sido obrigado a descartar a produção,  já que ele não consegue entregar o produto no laticínio, que fica no município de Ponte Nova, a 30 quilômetros. Até hoje mais de 150 litros foram jogados fora. Em meio a esse mar de lama, Jesus encontrou ajuda na solidariedade das pessoas.
Muitas pontes e estradas ainda estão bloqueadas e os produtores são obrigados a improvisar. José Leão da Cruz, por exemplo, decidiu por conta própria recolher o leite dos vizinhos e levar a produção até o laticínio. É uma espécie de transporte comunitário, uma solução para evitar um prejuízo ainda maior.

“Eu saio de manhã e vou juntando. Vou à casa de um amigo, pego o leite, passo na casa de outro e depois nós levamos o leite para Bossoroca, tenho que entregar lá. O que nós pudermos fazer um pelo o outro nós vamos fazer, não tenha dúvida”, diz Cruz.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Leite do Município de Águas Claras, a produção de leite da associação caiu de cinco mil para dois mil e quinhentos litros por dia. Mais da metade dos 90 produtores associados foram prejudicados pela lama.

“A principal atividade da região é leiteira. A gente produz leite para sobreviver, acaba gerando emprego e isso vai ser muito afetado. Eu tenho amigos que perderam vaca e as melhores partes da propriedade”, afirma Marino d’ Angelo Junior, presidente da associação.

Em meio a muitas incertezas, uma dúvida atormenta os produtores. “O que vai ser daqui pra frente?”,  pergunta Jesus.

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